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Violência no Egito deixa mais de 60 mortos em dois dias

Do UOL, em São Paulo

07/10/2013 08h58Atualizada em 07/10/2013 12h43

Ataques contra a polícia e o Exército no Egito deixaram ao menos 11 mortos nesta segunda-feira (7),  um dia depois dos violentos confrontos entre as forças de segurança e partidários do presidente islamita deposto Mohamed Mursi que mataram 50 pessoas.

Seis soldados morreram em Ismailiya (norte), onde grupos islamitas atacam com frequência as forças de segurança as forças oficiais desde que o exército destituiu e prendeu em 3 de julho Mohamed Mursi, primeiro presidente eleito democraticamente no Egito.

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Na península do Sinai, cinco pessoas morreram e outras 50 ficaram feridas em um atentado com carro-bomba diante de uma delegacia.

Testemunhas viram a aproximação de um veículo da principal entrada da delegacia de Al-Tur, ao sul do Sinai, segundo a polícia.

O atentado aconteceu quando no interior da delegacia era realizada uma reunião de vários dirigentes de segurança.

As primeiras investigações apontam que o atentado foi realizado com um carro da polícia roubado recentemente.

Entre os feridos está o general Hatem Amin, assistente do chefe da Segurança Central na província.

Na capital, vários foguetes atingiram uma gigantesca antena de comunicação por satélite. Os disparos tinham como alvo um conjunto de várias antenas parabólicas de comunicação no bairro de Maadi e atingiram uma delas, destinada a comunicações telefônicas internacionais.

Confrontos no domingo

No domingo (6), pelo menos 50 pessoas morreram em confrontos entre partidários do presidente deposto Mohamed Mursi, opositores e forças de segurança durante manifestação para comemorar o 40º aniversário da guerra árabe-israelense em 1973.

Trata-se do maior balanço de mortos desde a repressão iniciada em 14 de agosto para dispersar partidários de Mursi que pedem sua volta ao poder. Os atos violentos desse dia e da semana seguinte deixaram mais de mil mortos, a maioria simpatizantes do islamita.

Pelo menos 45 pessoas morreram no Cairo e outras cinco em diferentes cidades ao sul da capital, informou Khaled al-Khatib, alto funcionário do departamento de emergências do Ministério da Saúde, sem revelar as identidades das vítimas, ou as circunstâncias das mortes. Segundo Khatib, outras 268 pessoas ficaram feridas durante os confrontos deste domingo.

No Cairo, centenas de opositores de Mursi se reuniram na manhã deste domingo na emblemática praça Tahrir, símbolo da revolta que derrubou, em 2011, o então presidente Hosni Mubarak. (Com AFP)