Topo

Pressionado, premiê turco demite 350 policiais suspeitos de corrupção

Da Agência Brasil, em Brasília*

07/01/2014 10h21

O governo turco demitiu, na madrugada desta terça-feira (7), 350 policiais da capital do país, Ancara. Entre os demitidos estão chefes de departamentos, no âmbito de um vasto escândalo que envolve aliados políticos do primeiro-ministro Recep Erdogan.

Os policiais foram demitidos por um decreto do governo publicado à meia-noite desta terça-feira (7), que inclui nomes dos chefes das unidades de crimes financeiros, anti-contrabando, crimes cibernéticos e crime organizado da polícia de Ancara. No mesmo decreto foram nomeados os substitutos.

A medida é adotada no momento em que o premiê turco tenta conter um escândalo de corrupção que atingiu o alto escalão do governo, com dez ministros de Estado substituídos. Essa é a maior crise nos 11 anos de governo do premiê Recep Erdogan.

As demissões na polícia da capital estão ligadas às tensões entre o governo e os apoiadores do líder muçulmano Fethullah Gülen, que vive em exílio nos Estados Unidos.
Apoiadores de Gülen ocupam cargos-chave em várias áreas do governo, incluindo na polícia e no Judiciário. Gülen é um líder religioso e um dos principais críticos e opositores de Erdogan, que conduz um governo secular.

Com a crise no governo de Erdogan e a divulgação da investigação, o primeiro-ministro rebateu os fatos afirmando ser vítima de uma conspiração estrangeira, deflagrada para desestabilizar seu governo. Em resposta, ele adotou as mudanças nos ministérios e na polícia. Depois das demissões ministeriais, a população reagiu pedindo a demissão do próprio primeiro-ministro. 

*Com informações da Agência Lusa