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Comemorações da vitória de Assad deixam dez mortos e mais de 200 feridos

Mulher anda em carro pintado com as cores da bandeira da Síria e retrato do ditador Bashar Assad - Dusan Vranic/ AP
Mulher anda em carro pintado com as cores da bandeira da Síria e retrato do ditador Bashar Assad Imagem: Dusan Vranic/ AP

Da Agência Lusa, em Beirute

05/06/2014 11h09

Pelo menos dez pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas na Síria durante a celebração nesta quarta-feira (4) da vitória eleitoral do presidente Bashar Assad, informou hoje (5) o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Entre as vítimas, cujas mortes foram provocadas por tiros, há um menor, um jogador de futebol e um cinegrafista da televisão Al Itiyah, indicou o OSDH. 

De acordo com a organização, os disparos ocorreram na capital do país, Damasco; em Alepo, no Norte; e nas províncias costeiras de Latakia e Tartus, regiões controladas pelo regime de Assad.

O observatório acusou a milícia pró-governamental shabiha de ser a autora dos disparos.

Nessa quarta-feira, antes do anúncio dos resultados, o próprio Bashar Assad pediu, em comunicado, que a população se contivesse e evitasse disparos para o ar, de forma a não colocar vidas em perigo.

Assad foi reeleito com 88,7% dos votos, muito à frente dos seus dois adversários, o deputado da oposição tolerada pelo regime, Maher Abdel Hafez Hayar, e o ex-ministro Hassan Abdallah Al Nuri.

A eleição foi feita apenas nas zonas controladas pelo regime de Assad, a primeira em mais de meio século com mais de um candidato. A participação da população foi 73,42%.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos classificou as eleições como uma "farsa" e disse que muitas famílias foram votar por medo de serem detidas por forças leais ao governo caso não o fizessem.

A guerra civil na Síria começou em 2011 e já deixou mais de 160 mil mortos, 4,5 milhões de deslocados internos e 3 milhões de refugiados.