Investigação culpa pilotos em acidente com avião da Asiana Airlines nos EUA

A agência que regula o setor de transportes nos Estados Unidos (NTSB, na sigla em inglês) concluiu que os pilotos do voo 214 da Asiana Airlines pousaram incorretamente o avião. O acidente no Aeroporto Internacional de San Francisco com o Boeing 777 matou três passageiros e deixou 180 feridos em 6 de junho de 2013. O voo chegava de Seul, na Coreia do Sul.

A aeronave voava em altura muito baixa e muito devagar em piloto automático, o que a levou a colidir com um muro ao se aproximar da pista de aterrissagem. Os pilotos não se orientaram pelos instrumentos de navegação e um deles acidentalmente desativou um sistema que regula automaticamente a velocidade do avião. Além disso, eles deveriam ter tirado o avião do modo automático e abortado a manobra, indicou a NTSB. 

Outros fatores teriam contribuído para o acidente, como a complexidade no Boeing 777 do "autothrottle", função do piloto automático que permite aumentar ou diminuir a potência do motor e, consequentemente, alterar a velocidade do avião.

Segundo a investigação, a descrição inadequada da fabricante sobre o comando, junto com o treinamento insuficiente dos pilotos, fez com que eles esperassem uma reação automática do avião quando ele voava a baixíssima velocidade. Porém, no modo de "autothrottle" em que estava programado, o avião não recuperaria automaticamente a velocidade.

Para evitar acidentes futuros, a comissão de investigação da NTSB recomendou mais treinamento dos pilotos no uso do "autothrottle" e, também, que eles realizem mais pousos manualmente para se familiarizarem com os procedimentos.

Além disso, a NTSB recomendará à Boeing que mude o "autothrottle" para que a função mantenha uma velocidade mínima para o avião voar, independente da parte do voo em que a aeronave esteja. Se isso já existisse, o Boeing 777 teria recuperado velocidade cerca de 20 segundos antes do impacto, provavelmente impedindo o acidente.

Dois dos passageiros que morreram não usavam cinto de segurança e foram ejetados no impacto do avião.

A terceira vítima, uma adolescente chinesa, foi retirada com vida do avião e colocada perto de uma das asas. A jovem morreu atropelada por um caminhão de socorristas que não a viu na pista devido à abundante espuma antichamas que cobria o local. Em outubro do ano passado, a Procuradoria americana decidiu não apresentar acusações contra o bombeiro que dirigia o veículo. (Com USA Today e CNN)