Casal é decapitado no Paquistão após noiva se casar sem o aval da família
Um casal de recém-casados foi decapitado no último sábado (28) na vila de Satrah, na província de Punjab, em mais um “crime de honra” no Paquistão. Segundo a polícia local, os dois casaram-se contra a vontade da família da noiva.
Sajjad Ahmed, 26, e Muawia Bibi, 18, se casaram na corte paquistanesa no último dia 18 de junho sem o consentimento da família de Muawia. De acordo com o oficial de polícia Mohammad Ahsanullah, na quinta-feira (26), o pai e os tios de Muawia foram à vila de Satrah. O casal foi amarrado e decapitado pelos familiares.
Os próprios familiares da noiva confessaram o crime às autoridades policiais. Os homens estão presos em Sialkot, também em Punjab.
Outros casos
Uma jovem de 18 anos morreu no Paquistão no último sábado (28) depois de ser queimada viva por um homem que queria casar-se com ela, mas teve a proposta rejeitada. O agressor foi detido e acusado.
Sidra Shaukat estava sozinha na casa dos pais, perto da cidade de Toba Tek Singh, quando Fayyaz Aslam, de 22 anos, entrou na residência, jogou gasolina na jovem e ateou fogo, disse um responsável da polícia. Levada para um hospital local e transferida para um hospital maior, ela morreu antes de chegar ao local.
Na quinta-feira (26), Maafia Bibi, 17, e o marido Muhammad Sajjad, 31, foram mortos a facadas pelo pai, por dois tios, pelo avô e pela mãe da jovem por terem se casado contra a vontade da família. O homicídio ocorreu numa aldeia nos arredores da cidade de Daska, 162 quilômetros a leste de Islamabad.
Em maio, Farzana Parveen, de 25 anos e grávida de três meses, foi agredida até a morte nos arredores de um tribunal, na cidade de Lahore, por parentes, num caso noticiado em todo o mundo. Parveen tinha ido ao tribunal testemunhar a favor do marido, acusado pelos familiares de tê-la raptado e obrigado a casar-se com ele.
Crimes de honra
Os chamados "crimes de honra" são muito frequentes no sul da Ásia e costumam envolver os filhos de uma família que considere que alguma ação praticada por eles seja uma afronta à conservadora moral familiar das sociedades locais.
No Paquistão, entre duas e três mulheres morrem por dia "por honra", casos que passam despercebidos por conta do conservadorismo da sociedade.
Segundo a Comissão de Direitos Humanos do Paquistão, no ano passado 869 mulheres morreram, embora a entidade alerte que o número possa ser maior, já que muitas pessoas não denunciam os crimes.
"Esses crimes continuam pela impunidade da qual os assassinos desfrutam", afirma um recente relatório da comissão, que denunciou que o costume de permitir a absolvição do criminoso, se ele for perdoado pela família da vítima, favorece as agressões.
No mundo, segundo a ONU, cerca de 5.000 mulheres são mortas anualmente em "crimes de honra". (Com CNN)
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