Primeira Guerra fez impérios ''sumirem'' do mapa; veja os países divididos
A atual divisão política dos países –principalmente a do continente europeu– nem de longe lembra a do mundo em 1914 antes do começo da Primeira Guerra Mundial. O conflito, cujo início completa 100 anos na segunda-feira (28), não só mudou a configuração de alguns territórios, como fez surgir novas repúblicas.
Com a vitória da Tríplice Entente (Reino Unido, França e Rússia) e assinatura de tratados de paz, os Impérios Centrais Alemão, Austro-Húngaro e Otomano entraram em colapso e passaram por processos de fragmentação. O Império Russo também perdeu uma parte do território.
Com o Tratado de Versalhes, em 1919, o Império Alemão foi obrigado a devolver a Alsácia-Lorena para a França. As antigas colônias alemãs também foram cedidas a França e Reino Unido. O regime monárquico foi substituído pelo republicano, com a instalação da chamada República de Weimar em 1919.
Pelo Tratado de Saint-Germain, também de 1919, o Império Austro-Húngaro foi desmembrado. Isso fez com que a Áustria perdesse sua saída para o mar. O acordo também forçou que fosse reconhecida a independência da Polônia, Tchecoslováquia, Hungria e Iugoslávia. Outros tratados assinados com Estados derrotados acabaram por delimitar demais territórios –como o da Bulgária.
As repúblicas bálticas sob poder do Império Russo foram cedidas aos Impérios Centrais no Tratado de Paz de Brest-Litovski em 1918. As repúblicas acabaram tornando-se independentes após a derrota da Alemanha. Assim, Finlândia, Estônia, Letônia e Lituânia viraram Estados.
Bielorrússia e Ucrânia foram anexadas ao território russo, formando a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). A independência dos países aconteceria só em 1991, com o fim da União Soviética. Até hoje persistem problemas com grupos separatistas. A população, concentrada principalmente na Crimeia --que foi recentemente anexada pela Rússia-- no leste ucraniano, fala russo.
O Império Otomano, que compreendia a Anatólia, Oriente Médio, parte do norte da África e sudeste europeu, fragmentou-se em vários territórios. Atualmente, ele equivaleria a uma área onde estão 40 países. Muitos foram entregues de forma arbitrária a outros países, entre eles Reino Unido e França. As potências na época, por sua vez, não levaram em conta a diversidade étnica local ao dividir os territórios –e até hoje a região tem conflitos em razão disso.
Foi dessa fragmentação, por exemplo, que surgiria a Turquia, república reconhecida em 1923. Em 1924, a Assembleia turca dissolveu o califado muçulmano, que até então era a forma de governo no território otomano, expulsando seus representantes.
O califado seria retomado quase 100 anos depois pelo EIIL (Estado Islâmico do Iraque e do Levante) nos territórios entre Síria e Iraque, entre Aleppo e Diyala, por rebeldes sunitas. O autoproclamado “Estado Islâmico” está sob liderança do extremista Abu Bakr al-Bagdhadi ou “califa Ibrahim”, um sucessor da autoridade política do profeta Maomé. (Com agências)
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