Reduto rebelde, Donetsk é alvo de bombardeios pela 1ª vez na Ucrânia
Bombardeios atingiram áreas no centro da cidade ucraniana de Donetsk, controlada por separatistas, pela primeira vez nesta quinta-feira (14), enquanto um comboio de "ajuda humanitária" vindo da Rússia se aproxima da fronteira da Ucrânia.
Pessoas saíram de seus escritórios e correram para a escadaria do prédio principal da administração municipal depois que explosões próximas provocaram um alerta.
Um civil morreu e outros três ficaram feridos por estilhaços de um projétil que caiu em um cruzamento no centro da cidade, informou a agência oficial russa "RIA Novosti".
Outros projéteis impactaram em outras zonas da cidade, incluído o pátio de um hospital e uma área residencial, enquanto dois shoppings sofreram danos de diversa consideração.
"Começou o bombardeio na cidade", assegurou Andrei Purguin, vice-primeiro-ministro da autoproclamada república popular de Donetsk.
Segundo os rebeldes, uma pessoa já havia morrido e outras 11 ficaram feridas durante um ataque noturno efetuado pelas forças leais a Kiev, que, por sua vez, sempre negou o uso de artilharia pesada e aviação contra zonas povoadas.
O prefeito da cidade pediu à população não sair às ruas sob nenhuma circunstância, já que explosões são ouvidas em quase toda Donetsk.
"A situação em Donetsk é tensa. Segundo os próprios cidadãos, em todos os bairros da cidade é possível ouvir barulhos de artilharia pesada e explosões", assinala o comunicado municipal.
As autoridades locais também informaram sobre vários incêndios em várias localidades próximas a Donetsk, como Mospino, onde várias pessoas ficaram feridas em um ataque contra uma mina carvão.
A cidade, no leste ucraniano, vinha sendo cercada nos últimas semanas por forças do Exército que combatem os separatistas russos.
O governo da Ucrânia afirmou que irá impedir a entrada do comboio, com mais de 200 caminhões, alegando que se trata de um pretexto para trazer armas para os rebeldes. A carga não foi vistoriada pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), como combinado previamente.
Na cidade de Luhansk, também controlada pelos rebeldes, a situação é descrita como crítica. Civis enfrentam a falta de água, comida e energia por mais de uma semana.
Ainda nesta quinta, o presidente russo, Vladimir Putin, visitou a Crimeia, onde anunciou a aprovação de um plano do Ministério da Defesa para criar uma força-tarefa na região.
A Rússia anexou o território, que fazia parte da Ucrânia, em março. (Com agências internacionais)
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