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Nepaleses protestam por falta de ônibus e de ajuda após terremoto

Do UOL, em São Paulo

29/04/2015 08h19

A polícia antidistúrbios do Nepal atuou nesta quarta-feira (29) para conter os habitantes que desejavam deixar a capital Katmandu depois do terremoto devastador de sábado, em um cenário de muita irritação com a falta de ônibus prometidos pelas autoridades.

Os agentes foram enviados para o principal terminal rodoviário da cidade, onde uma multidão estava reunida com a esperança de usar o serviço especial prometido pelo governo.

Outros 200 nepaleses protestaram do lado de fora do Parlamento por um aumento do número de ônibus em direção às montanhas e uma melhor distribuição de ajuda. 

Moradores e policiais entraram em conflito quando os habitantes perceberam a ausência de ônibus adicionais.

"Não tenho conseguido contactar integrantes da minha família no vilarejo", disse Kayant Panday, um dos manifestantes, que disse ter acordado às 4h  para pegar um ônibus para a área mais atingida, mas não conseguiu embarcar. "Não tenho como obter informação se estão vivos ou mortos."

"Estamos esperando desde o amanhecer. Afirmaram que havia 250 ônibus, mas não vimos nenhum", disse Kishor Kavre, um estudante de 25 anos. "Temos pressa para ir para cara e encontrar nossas famílias, mas não temos ideia de quando os ônibus estarão aqui. Acredito que o governo tem dificuldades", completou.

Centenas de milhares de pessoas continuam dormindo nas ruas depois que suas casas foram destruídas pelo terremoto de sábado ou ficaram a ponto de desabar.

O balanço mais recente da tragédia registra 5.057 mortes no Nepal. O terremoto também deixou quase 100 mortos na Índia e na China.

Além disso, 10 mil pessoas ficaram feridas. A ONU calcula que 8 milhões de habitantes foram afetados pelo terremoto.

Mas o governo ainda não conseguiu contabilizar completamente a devastação provocada pelo terremoto de sábado de magnitude 7,8, uma vez que não foi capaz de acessar áreas de montanhas, apesar da chegada de equipes de resgate e suprimentos de várias partes do mundo.

Com muitos nepaleses dormindo nas ruas em barracas improvisadas pela quarta noite seguida desde o terremoto, a população está cada vez mais irritada com a situação.

"Esse é um desastre de escala sem precedentes. Houve algumas fraquezas na operação de resgate", reconheceu o ministro das Comunicações do Nepal, Minendra Rijal, na noite de terça-feira. "Vamos melhorar isso a partir de quarta-feira." (Com agências internacionais)