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Trump pediu a diretor do FBI para pôr fim a investigação sobre laços com Rússia

Jim Lo Scalzo e Gary Cameron/ Reuters
Imagem: Jim Lo Scalzo e Gary Cameron/ Reuters

Do UOL, em São Paulo

16/05/2017 19h12

O presidente dos EUA, Donald Trump, pediu ao então diretor do FBI, James Comey, para pôr fim à investigação sobre laços entre seu assessor de segurança nacional e autoridades russas, informou nesta terça-feira (16) o "New York Times". Trump demitiu Comey na semana passada. A Casa Branca nega.

"Espero que você possa deixar isso para lá", teria dito Trump a Comey após uma reunião na Casa Branca em fevereiro, segundo um memorando escrito pelo ex-diretor do FBI.

O memorando foi escrito por Comey imediatamente após a reunião. No dia seguinte, o assessor de Trump, Michael Flynn, renunciou ao cargo.

Segundo relatos de pessoas próximas a Comey, o ex-diretor do FBI fez o memorando dizendo-se chocado com o pedido do presidente e o mostrou a colegas. 

“Ele [Flynn] é um cara legal. Espero que você consiga deixar isso para lá", teria dito Trump ainda, segundo o memorando, acrescentando que o assessor não havia feito nada de errado.

Comey não teria concordado nem discordado sobre interromper a investigação -- que continua em andamento --, dizendo apenas: "Concordo que ele seja um cara legal".

Em nota, a Casa Branca negou a informação. 

"Embora o presidente tenha repetidamente expressado sua visão de que o general Flynn é um homem decente que serviu e protegeu nosso país, o presidente nunca pediu ao sr. Comey ou a ninguém que terminasse qualquer investigação, incluindo a investigação que envolve o general Flynn", disse a nota.

"O presidente tem o maior respeito por nossas agências de cumprimento da lei e por todas as investigações. Esse não é um retrato real ou correto da conversa entre o presidente e o sr. Comey", acrescentou a nota. 

No dia seguinte após demitir Comey, Trump lançou um alerta de que o ex-diretor do FBI não deveria vazar informações sobre o que os dois haviam conversado, dando a entender que havia gravado as conversas. 

Flynn foi forçado a renunciar em fevereiro após revelações de que ele havia discutido com o embaixador russo o fim das sanções impostas pelo governo Obama contra a Rússia, antes de Trump tomar posse.