Apesar da violência, presidente eleito do México diz que não vai usar guarda-costas
O presidente eleito do México, Andrés Manuel López Obrador, avisou que não vai usar guarda-costas enquanto estiver no poder. Segundo o político, os cidadãos cuidarão dele.
"Isso significa que os cidadãos cuidarão de mim e me protegerão e que a mídia agirá com ordem para que, desta maneira, eu não esteja cercado por guarda-costas", disse ao chegar ao Palácio Nacional para uma reunião com o atual presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, na última terça-feira (3).
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Durante a campanha, López Obrador afirmou que gostaria de andar pelas ruas "como qualquer outro cidadão", sem escoltas ou guarda-costas. Para ele, a medida visa economizar dinheiro público e também contribuirá para diminuir a imagem de prepotência que acompanha os políticos.
A medida é corajosa, tendo em vista que a campanha eleitoral no México foi marcada pela violência e pelo assassinato de candidatos. De acordo com o Instituto Nacional Eleitoral (INE), órgão equivalente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 122 candidatos e pré-candidatos foram mortos durante a campanha.
Entre setembro de 2017 e junho de 2018, a consultoria independente do México Etellekt contabilizou 130 assassinatos de políticos e candidatos. Isso significa que, em média, uma pessoa foi morta a cada três dias. Além disso, foram realizados mais de 500 atentados políticos durante a campanha.
Segundo especialistas, a violência contra políticos deve continuar após as eleições. Para o pesquisador Edgar Cortez, do Instituto Mexicano para Direitos Humanos e Democracia, ouvido pela Deutsche Welle, a eleição de López Obrador causou mais nervosismo nas estruturas mafiosas mexicanas.
"Eu acredito que a violência não vai acabar. Em última análise, isso tudo é sobre um monte de dinheiro e cotas de mercado do negócio das drogas. Então não haverá nenhuma mudança, não importa quem vença", analisou Cortez.
Hoje, a segurança do presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, é de responsabilidade do Estado Maior Presidencial (EMP), composto por um efetivo de 2.021 pessoas, entre militares, policiais e civis.
Além de dispensar guarda-costas, López Obrador também se negou a viver em Los Pinos, um palácio do século 19 que serve de residência oficial aos presidentes. Durante a campanha, ele prometeu transformar o local em um centro de arte.
O presidente eleito também prometeu vender o avião presidencial e proibir os funcionários do governo de viajar em voos privados helicópteros. Além disso, afirmou que irá cortar parte do seu salário e daqueles que pertencem ao que chama de "burocracia dourada". (Com agências internacionais)
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