Rei saudita encontra família de jornalista assassinado e oferece 'sinceras condolências'
O rei Salman da Arábia Saudita e o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman receberam nesta terça-feira (23) no palácio real em Riad dois membros da família do jornalista assassinado Jamal Khashoggi: seu filho mais velho, Salah bin Jamal Khashoggi, e outro familiar chamado Sahel bin Ahmad Khashoggi, que seria .
Segundo a agência oficial saudita, o rei e o príncipe, acompanhados do ministro da Defesa do país, ofereceram "sinceras condolências à família de Jamal Khashoggi". "Que Deus tenha piedade dele", disse a família real saudita. De acordo com a agência, os familiares expressaram "gratidão" ao príncipe e ao rei pelas condolências
Mais cedo, a agência oficial disse que todas as pessoas envolvidas no assassinato do jornalista terão de prestar contas, "sejam quem forem".
"O reino tomou medidas para descobrir a verdade e castigar os responsáveis envolvidos diretamente [no assassinato] e as pessoas que não cumpriram suas responsabilidades", diz a nota publicada após a reunião semanal do governo saudita.
Jamal Khashoggi, crítico do regime, foi assassinado no consulado da Arábia Saudita em Istambul no dia 2 de outubro, após entrar no local para buscar documentos que necessitava para se casar com a namorada.
Partes do corpo foram encontradas, diz emissora britânica
Segundo a emissora britânica Sky News, partes do corpo do jornalista saudita, que teria sido esquartejado, foram encontradas. O canal, que não revelou suas fontes, informou que o rosto de Khashoggi foi "desfigurado" por seus executores.
Os restos mortais, segundo a "Sky News", foram achados no jardim da residência do cônsul saudita, Mohammed al Otaibi, que retornou a Riad em 16 de outubro - um dia antes que os peritos turcos fizessem buscas e inspeções no recinto.
"Assassinato foi planejado", diz presidente turco
A notícia da suposta descoberta vem à tona pouco depois de o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmar que a morte de Khashoggi foi um "assassinato selvagem e planejado" e prometer que Ancara investigará a fundo a execução.
"O assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi foi premeditado", declarou Erdogan em discurso no parlamento em Ancara nesta terça.
"Está claro que esta operação não ocorreu por acaso, mas foi fruto de um planejamento. Temos fortes indícios neste sentido", ressaltou o chefe de Estado.
Erdogan afirmou que a investigação das autoridades turcas continua e pediu que os 18 cidadãos detidos na Arábia Saudita por relação com o assassinato sejam julgados na Turquia.
O presidente também descreveu detalhes das investigações turcas que, até agora, tinham sido revelados na imprensa como vazamentos anônimos, enfatizando que se tratou de uma ação premeditada.
Erdogan confirmou que Khashoggi não deixou o consulado e que as investigações da polícia se estendem para uma floresta no noroeste de Istambul e para o município de Yalova, em uma província vizinha.
Erdogan também revelou que o cônsul da Arábia Saudita em Istambul, Mohammed Otaibi, foi destituído após uma conversa telefônica entre ele e o rei saudita.
"Na nossa primeira conversa por telefone, em 14 de outubro, expliquei ao rei da Arábia Saudita o caso e as informações que dispúnhamos. Falamos sobre formar um grupo de trabalho conjunto com uma delegação enviada para investigar o caso e pactuamos este assunto. Após as instruções dadas pelo rei, equipes da nossa polícia e do Ministério Público entraram no edifício do consulado e lá fizeram várias investigações", explicou o presidente turco.
"Antes, o cônsul não tinha colaborado com a primeira delegação (policial) que chegou; eu disse ao rei que o cônsul não era eficiente, não era competente. E como resultado desta conversa, o cônsul foi destituído. O cônsul voltou de Istambul para seu país", acrescentou Erdogan.
*Com AFP e EFE
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