Resgate de submarino poderia colocar em risco outras vidas, diz juíza responsável por investigação
Apesar da pressão por parte dos familiares de algumas das vítimas do o submarino ARA San Juan, encontrado na madrugada de sábado (17) depois de um ano desaparecido no oceano Atlântico, a juíza Marta Yáñez --responsável pela investigação sobre o incidente-- informou em entrevista ao UOL que as possibilidades de resgate da embarcação são mínimas e poderiam colocar em 'risco outras vidas e a integridade das provas'.
Ainda assim, segundo a magistrada, a decisão será determinada mediante perícias. "Certamente depois de algumas perícias nós determinaremos se é necessário e é possível fazer o resgate do submarino", declarou Yáñez, que é uma das peças-chaves para determinar se o San Juan vai ou não ser resgatado dos 907 metros nos quais se encontra submerso.
"Do ponto de vista humano, parece que o resgate ajudará os familiares a encontrar um pouco de paz", disse a juíza, que também destacou as vantagens do procedimento para as investigações. Segunda elas, as imagens da embarcação poderiam trazer um maior grau de certeza e aproximar os investigadores das causas da tragédia.
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Para ela, no entanto, o aval do resgate não depende única e exclusivamente do judiciário. De acordo com Yáñez, a decisão será tomada a partir da recomendação de peritos especializados no assunto.
"Teríamos que verificar se realmente isso é factível do ponto de vista técnico, ou seja, se a embarcação pode ser resgatada nas condições em que está sem que coloque em risco outras vidas ou a integridade do que encontremos para conservar as provas", ponderou a magistrada ao destacar a complexidade de retirar do fundo do mar o submarino de 2.500 toneladas.
Viabilidade que, segundo ela, também precisa ser estudada do ponto de vista econômico e determinado pelo poder político.
"Falar de tempo, hoje, seria muito imprudente", respondeu a magistrada ao ser questionada sobre quanto tempo poderia demorar a decisão sobre a retirada ou não do submarino do fundo do mar.
Argentina diz não ter tecnologia para resgate
"Não temos equipamento para descer a essa profundidade, nem temos tecnologia para extrair um submarino dessas características", disse a jornalistas o ministro da defesa argentino Oscar Aguad.
Segundo o capitão Gabriel Attis, chefe da base naval de Mar del Plata, a embarcação foi encontrada no leito marino com o casco inteiro, mas "totalmente deformado, colapsado e implodido", e sem "aberturas". Parte das hélices estão enterradas, e há pedaços espalhados por um raio de 70 metros.
Autoridades confirmaram ainda que a embarcação sofreu uma implosão duas horas depois do seu último contato. A implosão ocorre quando o submarino ultrapassa o seu limite de profundidade --no caso do ARA San Juan, era de cerca de 300 metros. No caso de uma implosão, as chances de sobrevivência são praticamente nulas.
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