Filha de bombeiro morto na Austrália usa capacete do pai em velório
Charlotte O'Dwyer, de quase 2 anos, protagonizou uma cena emocionante no velório do pai, o bombeiro Andrew O'Dwyer, morto durante o combate aos incêndios na Austrália.
Ao receber o capacete usado pelo pai de um dos oficiais, ela não hesitou em colocá-lo na cabeça.
O'Dwyer, de 36 anos, morreu no dia 19 de dezembro depois que uma árvore caiu e atingiu o veículo onde ele e o colega, o também bombeiro Geoffrey Keaton, de 32 anos, estavam. Os dois morreram.
O primeiro-ministro Scott Morrison, que vem sendo muito criticado pelos australianos, estava entre os presentes no funeral que aconteceu em Sydney.
Charlotte, acompanhada da mãe Melissa, ainda recebeu do chefe do Serviço Rural de Bombeiros de Nova Gales do Sul, Shane Fitzsimmons, uma medalha de honra pelos serviçoes prestados pelo pai.
"Charlotte tem que saber que seu pai era um homem especial e que ele nos deixou por que era um herói", disse Fitzsimmons.
Bombeiros correm contra o tempo
Hoje, os bombeiros tentam aproveitar a breve trégua que as temperaturas deram e a chuva, que veio em algumas áreas, para controlar os incêndios que assolam o sul da Austrália desde setembro, antes de um novo aumento nos termômetros previsto para o fim de semana.
Exaustos após meses de intenso combate ao fogo descontrolado, os voluntários aproveitaram a oportunidade para limpar a vegetação e realizar queimadas controladas.
"Trata-se de escorar a proteção para limitar possíveis danos e o aparecimento de novos incêndios nos próximos dias", disse Fitzsimmons. Segundo ele, as condições atuais são "muito mais favoráveis", mas "esperamos que as altas temperaturas voltem no final da semana", alertou.
Dezenas de focos de incêndio continuam fora de controle no leste do país, e se teme que dois grandes incêndios em Nova Gales do Sul e Victoria se juntem para formar um megaincêndio descontrolado.
A chuva permitiu uma pausa ontem, mas ainda não foi suficiente para apagar o fogo. Em algumas áreas, ela até dificultou o trabalho dos bombeiros.
No total, 25 pessoas morreram desde o início dos incêndios em setembro do ano passado. Mais de 1.800 casas foram consumidas pelo fogo, bem como cerca de 8 milhões de hectares (80.000 quilômetros quadrados).
A fumaça dos incêndios pode ser vista do Chile e da Argentina, a mais de 12.000 quilômetros, conforme anunciado pelas autoridades desses países sul-americanos.
Ainda não há números definitivos, mas o Conselho Australiano de Seguros já recebeu solicitações que excedem US$ 485 milhões, embora o total deva ser muito maior. O governo planejou inicialmente alocar US$ 1,4 bilhão para um fundo de ajuda às comunidades afetadas.
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