Putin é indicado ao Nobel da Paz por ajuda humanitária na pandemia
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz pela ajuda humanitária prestada a outros países em meio à pandemia de covid-19, segundo divulgado hoje pela agência de notícias Tass. A indicação partiu do escritor Serguéi Komkov, ligado ao presidente russo.
A proposta foi enviada no dia 9 de setembro e, no dia seguinte, já havia sido recebida pelo Comitê do Nobel em Oslo, na Noruega, de acordo com Komkov. O dia coincide com o da indicação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por sua participação no acordo histórico entre Israel e Emirados Árabes Unidos (EAU).
O escritor disse que somente depois da indicação de Putin é que o parlamentar norueguês Christian Tybring-Gjedde propôs o nome de Trump. À Tass, o Kremlin afirmou que não tem relação com a indicação de Komkov, apesar de o escritor ser ligado ao presidente russo.
Questionado sobre o motivo da iniciativa, Komkov destacou a atuação de Putin em meio à pandemia, com o envio de ajuda humanitária para quase 30 países, incluindo EUA, China, Venezuela, Itália e Irã. A indicação do presidente russo, segundo o escritor, é apoiada pelos principais nomes da cultura e da ciência de seu país.
"Como governante de um dos principais países do mundo, ele faz o máximo esforço para manter a paz e a tranquilidade não só no território do próprio país, mas também contribui ativamente para a regulação pacífica dos conflitos que surgem no planeta", explica a carta enviada por Komkov.
Putin já foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2014, por apresentar um plano para desmantelar o arsenal químico da Síria e, assim, evitar a intervenção militar ocidental. Naquele ano, porém, os vencedores foram a paquistanesa Malala Yousafzai (foto abaixo) e o indiano Kailash Satyarthi, por lutarem pelo direito das crianças à educação e contra a opressão.
Dois russos já ganharam o Prêmio Nobel da Paz: o cientista e dissidente Andrei Sakharov (1975) e o último líder soviético, Mikhail Gorbachev (1990). Este último até poderia promover a candidatura de Putin, mas dificilmente o fará, já que culpa a gestão do atual governante pelo declínio democrático vivido pela Rússia nos últimos anos.
Processo de escolha
A escolha dos vencedores do Nobel — seja da Paz, seja de qualquer outra categoria — parte dos comitês de cada área, responsáveis por enviar formulários a cientistas, acadêmicos e formadores de opinião pedindo indicações para o prêmio. Anualmente, são recebidas entre 200 e 300 nomeações, somadas todas as categorias.
Indicar alguém é um processo relativamente simples — o formulário em questão está disponível até no site do Comitê do Nobel —, mas nem todo mundo pode fazê-lo. Apenas personalidades como chefes de Estado, integrantes de governos, membros do Tribunal Internacional de Justiça de Haia, professores universitários e outros ganhadores do Nobel, por exemplo, podem fazer indicações.
Apenas o vencedor é anunciado publicamente, e os indicados que não foram premiados só são revelados pelo Comitê do Nobel 50 anos depois do evento. Os responsáveis pelas indicações, porém, podem divulgar os nomes a qualquer momento — como fez Komkov.
O Nobel da Paz, especificamente, é concedido todos os anos desde 1901 a homens, mulheres e entidades que atuam pelo progresso da humanidade. A lista de indicados já teve nomes polêmicos, como o do alemão Adolf Hitler, o soviético Josef Stalin e o italiano Benito Mussolini. A indicação do líder nazista, por exemplo, foi feita pelo sueco Erik Brandt e foi considerada um protesto.
Caso o Comitê avalie que não há ninguém apto a receber o Nobel de uma ou mais categorias, as áreas ficam sem premiação. A ausência de vencedores aconteceu, por exemplo, com o próprio Nobel da Paz entre 1939 e 1943, em meio à Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
*Com EFE
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