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Estado Islâmico reivindica atentado em Viena

Agentes patrulham ruas de Viena no dia seguinte ao tiroteio; cinco pessoas, incluindo um suspeito, morreram Imagem: Leonhard Foeger/Reuters

Colaboração para o UOL, em São Paulo*

03/11/2020 16h02

O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) assumiu, nesta terça-feira, a responsabilidade pelo ataque que deixou pelo menos quatro mortos em Viena, em um comunicado publicado em seus canais no Telegram. Dois jovens suíços foram presos perto de Zurique hoje. Quatro civis morreram no ataque à capital austríaca.

O ataque de Viena foi executado por Kujtim Fejzulai, um jovem de 20 anos descrito como um simpatizante do grupo do Estado Islâmico, que abriu fogo com uma arma automática em uma área movimentada da histórica capital austríaca antes de ser morto a tiros pela polícia.

Em um comunicado separado, acompanhado por uma fotografia do agressor armado, o Amaq, braço de propaganda do EI, citou "um ataque com arma de fogo ontem (segunda-feira, 2) por um combatente do Estado Islâmico na cidade de Viena".

A polícia austríaca disse hoje que Fejzulai era um conhecido extremista islâmico que havia passado um período na prisão. As forças de segurança austríacas invadiram 18 endereços diferentes, incluindo a casa de Fejzulai, e efetuaram 14 prisões enquanto procuravam por possíveis cúmplices e tentavam determinar se ele agiu sozinho.

"As investigações policiais levaram à identificação de um cidadão suíço de 18 e 24 anos", disse a polícia de Zurique em um comunicado, acrescentando que os dois homens foram presos na tarde desta terça-feira na cidade de Winterthur, no nordeste do país "em coordenação com as autoridades austríacas".

"O grau de conexão entre as duas pessoas presas e o suposto assassino é atualmente objeto de investigação", disse o comunicado da polícia.

Kurz pede combate ao "Islã político"

O chanceler austríaco, Sebastian Kurz, pediu à União Europeia (UE) que faça mais para combater o "Islã político", que ele disse representar uma grave ameaça aos valores europeus.

"A UE deve se concentrar muito mais fortemente no problema do Islã político no futuro", disse Kurz ao jornal alemão Die Welt. "Espero que possamos ver o fim dessa tolerância incompreensível e que todos os países da Europa finalmente percebam o quão perigosa é a ideologia do Islã político para nossa liberdade e para o modo de vida europeu."

Kurz disse que a UE "deve, com a maior determinação e unidade, travar uma guerra contra o terrorismo islâmico, mas particularmente contra sua base política, isto é, o islã político".

O líder austríaco disse que estava em contato com o presidente francês Emmanuel Macron e "muitos outros líderes para que possamos nos coordenar mais estreitamente dentro da UE". A Áustria colocará a questão na agenda das próximas cúpulas do bloco, acrescentou.

Cooperação entre as polícias

Ao anunciar as duas detenções, a polícia de Zurique disse que estava trabalhando em estreita colaboração com a polícia nacional suíça e a polícia austríaca.

"O esclarecimento completo de qualquer possível envolvimento (dos suspeitos) é o objetivo mais alto dos serviços de segurança de ambos os países", afirmou.

Winterthur, onde as prisões foram feitas, já havia sido notícia antes em conexão com o extremismo islâmico, depois que o imã da mesquita An'Nur da cidade foi acusado em 2017 de ter pedido o assassinato de muçulmanos não praticantes.

Uma fonte do serviço de inteligência suíço disse à AFP que "atualmente não há nenhuma indicação concreta de qualquer possível ataque na Suíça". Mas a fonte destacou que o nível de ameaça terrorista no país ainda é considerado "alto".

A Suíça nunca experimentou nenhum ataque em grande escala atribuído a extremistas islâmicos, mas seu nível de ameaça terrorista foi elevado para "alto" após os ataques jihadistas mortais na vizinha França, em 2015.

Nesta terça-feira, a presidente suíça Simonetta Sommaruga expressou sua "solidariedade" aos vizinhos Áustria e França, que também foi atingida por extremistas islâmicos nas últimas semanas.

*Com informações da AFP e RFI

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