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Neandertais podem ter sido extintos por sexo com Homo sapiens

Neandertais se relacionavam com outras espécies, o que pode ter comprometido a sua capacidade de reprodução - Tim Evanson/Smithsonian Museum of Natural History
Neandertais se relacionavam com outras espécies, o que pode ter comprometido a sua capacidade de reprodução Imagem: Tim Evanson/Smithsonian Museum of Natural History

Colaboração para o UOL, em São Paulo

30/07/2021 18h15Atualizada em 31/07/2021 10h08

Um novo estudo, realizado pela Universidade Aix-Marseille, na França, sugere que o sexo entre Neandertais e outras espécies, em especial a Homo sapiens, pode ter acelerado sua extinção. Segundo o artigo, as relações sexuais podem ter causado um distúrbio sanguíneo em seus bebês.

Conhecida como 'doença hemolítica do feto e do recém-nascido', a condição podia causar anemia fatal, impedindo que as mulheres tivessem sucesso em suas gestações, principalmente após o primeiro filho.

Os pesquisadores franceses supõem que, sem conseguir procriar, a espécie foi ficando cada vez menos populosa e acabou extinta, há cerca de 28 mil anos. Apesar de rara, a doença ainda existe e é diagnosticada em 3 a cada 100 mil gestações.

"O fato de que essas formas de genes foram detectadas em indivíduos separados por 4.000 km e 50.000 anos sugere que essa peculiaridade genética - e o risco de um feto anêmico - teria sido bastante comum entre os neandertais", explicou Stephane Mazieres, líder da pesquisa, ao jornal britânico DailyMail.

O risco de o sexo resultar em um feto doente era mais acentuado entre Neandertais e outras espécies, como a Homo sapiens e os Denisovanos. Todavia, a relação sexual entre os próprios 'homens da caverna' podia ocasionar em gestações de risco.

"Esses elementos podem ter contribuído para enfraquecer os descendentes a ponto de levá-los à morte, especialmente combinados com a competição com a Homo sapiens pelo mesmo nicho ecológico", concluem os estudiosos.