Maldição? Reis homônimos de Charles 3º viveram turbulências na Inglaterra
![Charles 1º (à esquerda) foi executado após ser acusado de traição; Charles 2º (à direita) precisou governar durante praga de peste bubônica e incêndio avassalador - Domínio Público](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/92/2022/09/08/charles-i-a-esquerda-foi-executado-apos-ser-acusado-de-traicao-charles-ii-a-direita-precisou-governar-durante-praga-de-peste-bubonica-e-incendio-avassalador-1662664245827_v2_900x506.jpg)
Com a morte da rainha Elizabeth 2ª, Charles Philip Arthur George, o príncipe Charles, 73, assume o cargo de rei do Reino Unido com o nome Rei Charles 3º. O anúncio da escolha surpreendeu algumas pessoas, que ventilavam a possibilidade de uma mudança na escolha de nome por "conotações negativas" trazidas por outros Charles que já assumiram o trono.
O Rei Charles 1º, que assumiu o trono da Inglaterra e Escócia em 1625, causou uma série de "frustrações" ao Parlamento, o que o levou a ser executado em 1649.
Ele era o segundo filho do rei James 1º, mas assumiu o cargo porque o irmão mais velho dele, Henry, morreu em 1612.
Além de casar com uma católica, o que levantou uma polêmica entre os protestantes na época, Charles 1º dissolveu o parlamento três vezes, o "remontando" apenas para aprovação de verba para financiar guerras.
O principal combate gerado no governo dele foi a Guerra Civil Inglesa, que tinha como centro do conflito discordâncias sobre religião e sobre o uso do poder e das políticas econômicas de Charles.
Em 20 de janeiro de 1649, ele foi preso e julgado por traição, sendo condenado à decapitação por "promover uma guerra contra o seu próprio reino e parlamento". Ele foi morto no dia 30 de janeiro do mesmo ano. O filho dele, Charles 2º, assumiu o trono em seguida.
Com a acusação de traição e a morte por decapitação, a coroa britânica passou mais de 10 anos sendo comandada pelo "Lorde Protetor" Oliver Cromwell, que morreu em 1658. O filho dele chegou a assumir o cargo, mas se demitiu pouco depois, abrindo espaço para que a sucessão da coroa continuasse.
O filho mais velho de Charles, Charles 2º, que era rei da Escócia e da Irlanda desde a morte do pai, assumiu o trono na Inglaterra em 19 de maio de 1660, quando a monarquia britânica foi restaurada.
Apesar de não ter reinado dentro de temas tão controversos quanto o pai, o Rei Charles 2º precisou liderar a Inglaterra no meio de duas das grandes tragédias do Século 17.
A primeira delas foi a Grande Peste de Londres, período entre 1665 e 1666 - quando o último surto de peste bubônica atingiu a Europa. Na época, quase 70 mil pessoas morreram. A segunda foi o Grande Incêndio de Londres, que durou quatro dias e destruiu 13 mil casas e 87 igrejas, entre elas a Catedral de St. Paul.
O rei morreu de forma repentina aos 54 anos, em fevereiro de 1685.
Morte da Rainha
A rainha Elizabeth 2ª do Reino Unido morreu hoje, aos 96 anos, no Castelo de Balmoral, na Escócia. A informação foi confirmada nas redes sociais da família real. Elizabeth havia sido colocada em observação médica na quinta-feira (8) e seus familiares imediatos foram informados e viajaram ao local.
Seu filho mais velho, Charles, torna-se o rei Charles 3º e sua esposa, Camilla, rainha consorte. Ele disse que a morte de sua amada mãe foi "um momento de grande tristeza". O comunicado divulgado pela família real informou que a rainha morreu "em paz" e que Charles e Camilla permanecerão na Escócia esta noite e retornam para Londres amanhã.
No poder há 70 anos, a rainha vinha apresentando problemas de saúde. Em outubro do ano passado, ela passou a noite no hospital e precisou ficar em repouso. Elizabeth também foi diagnosticada com covid-19 em fevereiro, quando já estava vacinada. Meses depois, ela revelou que ficou "muito cansada e exausta" após contrair o vírus.
Seu último compromisso público foi na terça-feira (6), quando nomeou a nova primeira-ministra britânica, Liz Truss. Pela primeira vez na história, a cerimônia foi realizada em Balmoral. Até então, todos os premiês anteriores haviam sido nomeados por ela no palácio de Buckingham, em Londres. Hoje, Truss disse que a monarca foi "o espírito do Reino Unido".
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