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Morte da rainha chega em momento de crise no Reino Unido

Abadia de Westminster, em Londres, no Reino Unido - fazon1/Getty Images/iStockphoto
Abadia de Westminster, em Londres, no Reino Unido Imagem: fazon1/Getty Images/iStockphoto

Colaboração para o UOL*

08/09/2022 14h16Atualizada em 08/09/2022 15h35

A morte da rainha Elizabeth 2ª, hoje, aos 96 anos, acontece em meio a uma crise econômica e energética que acomete o Reino Unido. Além disso, os britânicos também lidaram há poucos dias apenas com a chegada de uma nova primeira-ministra, Liz Truss, que substitui Boris Johnson.

Hoje, a nova chefe de Governo anunciou um pacote de medidas contra a crise energética. A principal delas é o congelamento de preços da energia por dois anos para as famílias. A primeira-ministra também promete o fim de uma moratória dos fraturamentos hidráulicos e reexaminar os objetivos climáticos do Reino Unido.

O congelamento dos preços da energia é uma resposta da chefe do governo ao aumento de 80% das tarifas, previsto para 1º de outubro. A medida representará uma economia de cerca de £1.000 (quase R$ 6.000) por ano por família.

Seu primeiro discurso à nação, na terça-feira (6), teve a crise como foco. Na ocasião, Truss prometeu, além de lidar com a crise energética, cortar impostos. "Estou confiante de que juntos podemos resistir à tempestade, reconstruir nossa economia e nos tornarmos o Reino Unido moderno e brilhante que sabemos que podemos ser", disse ela.

Pelas redes sociais, a nova primeira-ministra do Reino Unido disse que todos estão "muito preocupados" com a rainha. "Todo o país ficará profundamente preocupado com as notícias do Palácio de Buckingham nesta hora do almoço. Meus pensamentos - e os pensamentos das pessoas de todo o Reino Unido - estão com Sua Majestade, a Rainha, e sua família neste momento".

Corte de gás pela Rússia

Um dos motivos para a crise no Reino Unido é provocado pela Rússia. O presidente Vladimir Putin determinou a interrupção do fornecimento de gás russo para a Alemanha através do gasoduto Nord Stream, o que afeta toda a Europa.

O gasoduto é crucial para o abastecimento dos países europeus, que temem uma crise energética neste inverno, que começa em dezembro no hemisfério norte. Putin diz que o Ocidente é culpado, já que estabeleceu sanções aos russos por causa da guerra na Ucrânia.

Mas as preocupações sobre a saúde da rainha Elizabeth também aparecem em um momento de tensão na família real. O filho do meio da monarca, príncipe Andrew, perdeu títulos reais em meio a acusações de abuso sexual. A família também se afastou de Harry e Meghan, duque e duquesa de Sussex, após o casal abandonar os deveres oficiais em 2020.

No mês passado, a Confederação Nacional do Serviço de Saúde apelou ao governo para combater com urgência os preços da energia, alertando que o forte aumento nas contas domésticas levará a mais pessoas adoecendo e aumentará o número de mortes anuais relacionadas a casas frias.

Em uma carta enviada a funcionários do governo, a entidade afirma que os custos crescentes de energia significam que muitas pessoas terão que escolher entre pular refeições para aquecer suas casas ou viver em condições frias e úmidas neste inverno.

*Com informações da EFE, RFI e Estadão Conteúdo