Escola judaica dos EUA pagará US$ 8 mi após admitir desvio de verba pública
Representantes da escola judaica hassídica CUTA (Central United Talmudical Academy), que atende mais de 2 mil crianças em Williamsburg, no Brooklyn, em Nova York, admitiram hoje que desviaram ilegalmente milhões de dólares de programas do governo federal destinados para merenda escolar, tecnologia e assistência infantil durante um ano.
Conforme o jornal norte-americano "The New York Times", os encarregados do colégio privado também confessaram a criação de empregos "fantasmas" para alguns funcionários, pagando outros em "dinheiro e cupons para que os funcionários pudessem se qualificar para o bem-estar".
Segundo a reportagem, conforme a acusação arquivada no Tribunal Distrital Federal no Brooklyn, ao todo, a escola concordou em pagar US$ 5 milhões (R$ 26,3 milhões) em multas, além de outros US$ 3 milhões (R$ 15,8 milhões) que já pagos em restituição como parte do acordo para evitar processos.
Procurado pelo jornal, o advogado que representa a escola, Marc Mukasey, preferiu não se manifestar sobre o caso. Os representantes da escola também optaram por manter o silêncio.
Como parte do acordo, a escola ficará sujeita à supervisão de um monitor independente pelos próximos três anos.
A investigação federal sobre o uso do financiamento do governo pela escola resultou de um caso criminal mais restrito no qual dois ex-dirigentes da escola, Elozer Porges e Joel Lowy, se declararam culpados em março de 2018 também por fraudar o governo.
Desde esse caso, a escola substituiu sua equipe de gestão executiva, disseram as autoridades federais.
O jornal aponta que escola de Williamsburg recebeu cerca de US$ 10 milhões (R$ 52 milhões) em financiamento do governo no ano anterior à pandemia. Seus líderes, afiliados ao grupo Satmar de judaísmo hassídico, também operam várias outras escolas no estado.
Existem mais de 100 escolas hassídicas para meninos no Brooklyn e no baixo Hudson Valley, e elas receberam um total de mais de US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões) em dinheiro dos contribuintes nos últimos quatro anos, segundo o jornal.
A reportagem destaca, ainda, que no mês passado a CUTA foi uma das escolas investigadas pelo Times por receber centenas de milhões de dólares em financiamento do governo enquanto negam a seus alunos uma educação básica e laica.
O jornal norte-americano questiona a quantia ofertada para a escola, uma vez que, segundo apuração da reportagem, a CUTA concordou em fornecer testes padronizados estaduais em leitura e matemática para mais de 1.000 alunos, em 2019, e cada um deles falhou.
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