Mostrar dedo médio é legal, decide juiz do Canadá: 'direito dado por Deus'
Do UOL, em São Paulo
10/03/2023 18h06Atualizada em 10/03/2023 20h20
O juiz canadense Dennis Galiatsatos decidiu, na quarta-feira (8), que o ato de mostrar o dedo do meio a outras pessoas "não é crime".
O que aconteceu?
- Galiatsatos declarou inocente o professor Neall Epstein, preso por mostrar o dedo do meio a seu vizinho, Michael Naccache, durante uma discussão, em maio de 2021, em Montreal, no Canadá.
- O juiz escreveu em sua decisão que realizar o gesto é um "direito dado por Deus" e que pertence a "todo canadense de sangue vermelho".
- Além disso, declarou ser "deplorável que o sistema judiciário tenha sido transformado em uma arma", no que chamou de "tentativa de exercer vingança sobre um homem inocente".
- Concluiu dizendo que o gesto "pode não ser civil, educado ou cavalheiresco". "Mas não é crime".
Naccache disse em depoimento que estava renovando as escadas de sua casa quando Epstein passou, disse algo e mostrou ambos os dedos do meio. Ele ainda afirmou que Epstein fez sinais de socos e "cortar a garganta", supostamente ameaçando matá-lo. O acusado negou.
Por outro lado, Neall Epstein contou que seu vizinho estava segurando uma britadeira "de maneira ameaçadora" e gritando para ele, e confirmou tê-lo xingado e mostrado o dedo médio. No mesmo dia, quando voltou para casa de uma caminhada, Epstein descobriu que a polícia o esperava para prendê-lo.
Ao terminar a sessão, o juiz afirmou que "queria jogar o caso pela janela", o que seria a "única maneira" de expor o que sentia sobre o motivo da prisão de Epstein.