Netanyahu diz que Israel irá revidar ataque do Irã: 'Dever e direito'
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu, em declaração neste sábado (5), que irá revidar o ataque feito pelo Irã contra o território israelense nesta semana.
O que aconteceu
Declaração do premiê foi realizada no escritório dele em Tel Aviv e televisionada. Netanyahu disse que o Irã disparou, por duas vezes, centenas de mísseis contra o território e cidades israelenses, acrescentando que as ações foram feitas com mísseis balísticos "entre os maiores da história".
Nenhum país no mundo aceitaria tal ataque a suas cidades e cidadãos, e o Estado de Israel também não. (...) Israel tem o dever e o direito de se defender e responder a esses ataques - e nós o faremos.
Benjamin Netanyahu, premiê israelense
Apesar de falar que irá contra-atacar o Irã, ele não detalhou como e quando essa ação ocorrerá.
Retaliação ocorrerá no momento certo, diz porta-voz militar israelense. O contra-almirante Daniel Hagari também explicou que duas bases aéreas atingidas no ataque iraniano permanecem totalmente operacionais e nenhuma aeronave foi danificada. "A maneira pela qual responderemos a esse ataque vergonhoso será da maneira, no local e no momento que decidirmos, de acordo com as instruções da liderança política", disse Hagari.
Netanyahu focou em falar sobre os combates no Líbano
Ainda no vídeo, Netanyahu se concentrou em falar sobre os combates no Líbano. Conforme o primeiro-ministro, Israel está mudando "o equilíbrio de poder no norte", argumentando que há um mês o governo "começou a cumprir a promessa" que ele fez aos moradores da região. A fala faz referência a um dos objetivos do conflito que visa possibilitar que as pessoas que vivem no local possam retornar às suas casas, um ano após terem sido evacuadas da fronteira com o Líbano, informou o The Times of Israel.
O político também comentou sobre a morte do chefe do grupo extremista Hezbollah, Hassan Nasrallah, que foi morto em um ataque israelense na semana passada. Ele zombou de uma fala do líder do grupo, feita anos atrás, em que chamou a sociedade israelense de "teia de aranha": "Ele e o mundo inteiro descobriram os tendões de ferro de Israel — um país forte com um exército forte, ousado e moral".
E continuou: "Um país determinado a se defender contra qualquer ameaça. Isso inclui a ameaça do Irã, que está por trás de todos os ataques contra nós — de Gaza, do Líbano, do Iêmen, do Iraque e da Síria — e, claro, do próprio Irã".
Nós eliminamos [o líder do Hezbollah Hassan] Nasrallah e a liderança do Hezbollah, eliminamos os comandantes da força Radwan [unidade de forças de operações especiais do Hezbolla], que planejavam invadir a Galileia e realizar um massacre maior e mais terrível de nossos cidadãos do que o de 7 de outubro [feito pelo Hamas].
Ele também voltou a dizer que Israel já destruiu uma "grande parte" do estoque de mísseis e foguetes do Hezbollah. O premiê acrescentou que os soldados israelenses agora destroem uma série de túneis criados pelo grupo extremista perto das fronteiras. "Embora ainda não tenhamos concluído a remoção da ameaça, mudamos claramente o curso e o equilíbrio da guerra, e nossos braços ainda estão estendidos [para mais ação]."
Primeiro-ministro também criticou Macron
Netanyahu atacou o presidente da França, Emmanuel Macron, neste sábado. A crítica ocorreu após o francês ter dito que as remessas de armas para Israel usadas no conflito em Gaza deveriam ser interrompidas como parte de um esforço mais amplo para encontrar uma solução política.
"Que vergonha", disse Netanyahu sobre Macron e outros líderes ocidentais que pediram o que ele descreveu como um embargo de armas a Israel. "Israel vencerá com ou sem o apoio deles", disse ele em um vídeo, acrescentando que pedir um embargo de armas era uma vergonha.
Mais cedo, Macron disse à rádio France Inter que as remessas de armamentos usados no conflito em Gaza devem ser interrompidas. "Acho que a prioridade hoje é voltar a uma solução política (e) que as armas usadas para lutar em Gaza sejam interrompidas. A França não envia nenhuma", disse. "Nossa prioridade agora é evitar uma escalada. O povo libanês não deve, por sua vez, ser sacrificado, o Líbano não pode se tornar outra Gaza", acrescentou.
A França não é uma grande fornecedora de armas para Israel, enviando equipamentos militares no valor de 30 milhões de euros no ano passado, de acordo com o relatório anual de exportação de armas do Ministério da Defesa.
Os comentários de Macron ocorrem no momento em que seu ministro das Relações Exteriores está em uma viagem de quatro dias pelo Oriente Médio. Jean-Noël Barrot terminará a viagem na próxima segunda-feira (7) em Israel, enquanto Paris procura desempenhar um papel na revitalização dos esforços diplomáticos.
(Com Reuters)