Topo

Esse conteúdo é antigo

Como desenhar patos fez homem ser condenado a 2 anos de prisão na Tailândia

Os patos amarelos se tornaram símbolo da luta pelo fim da monarquia na Tailândia - Soe Zeya Tun/Reuters
Os patos amarelos se tornaram símbolo da luta pelo fim da monarquia na Tailândia Imagem: Soe Zeya Tun/Reuters

Do UOL, em São Paulo

09/03/2023 15h19Atualizada em 09/03/2023 16h59

Um homem de 26 anos apelou de sua sentença, de dois anos de prisão, por vender calendários com desenhos de patos, na Tailândia.

O que aconteceu:

  • Identificado como Tonmai, o homem pediu revisão de seu caso este ano, após pagar fiança 70.000 baht (R$ 10.300); ele foi preso em dezembro de 2020 e condenado a dois anos de prisão, após redução dos três anos iniciais;
  • Os calendários já não podem ser comprados no país. Eles eram ilustrados com patos amarelos com lubrificante na cabeça, ao lado de cachorros ou voando em um jato privado enquanto outros caminhavam viraram símbolos populares no país quanto à insatisfação com a monarquia.
  • A defesa de Tonmai diz que ele não produziu os calendários, apenas ajudava na distribuição, e que o pato era um personagem próprio, não uma referência ao rei.

Os patos se tornaram símbolo da luta pela democracia na Tailândia, e os desenhos foram entendidos como uma forma de zombar do rei, Maha Vajiralongkorn, um crime. Isso aconteceu porque, durante um protesto contra a monarquia, boias infláveis no formato do bicho foram usadas por manifestantes como escudo contra as mangueiras usadas na dispersão.

Elaine Pearson, diretora do setor da Ásia do Human Rights Watch, organização internacional de defesa dos direitos humanos, afirmou que o caso de Tonmai só mostra que "a Tailândia está se afastando — e não se aproximando — de se tornar uma democracia que respeite direitos humanos".