World Trade Center: Como está o local dos ataques de 11 de setembro hoje?
Após os ataques de 11 de setembro de 2001 e a inevitável redução às cinzas das torres do World Trade Center, em Nova York, nos EUA, muito se especulou sobre o futuro do local do atentado. Embora as imagens das Torres Gêmeas em chamas tenham sido trágicas, a ideia foi erguer outro arranha-céu no lugar, além de um memorial em homenagem às vítimas.
Propostas foram apresentadas pouco tempo depois da queda dos prédios e concursos foram realizados. Uma delas saiu vencedora: a da Freedom Tower (Torre da Liberdade, em português) - hoje chamada de One World Trade Center.
O arranha-céu foi fundado em 2014 e automaticamente recebeu o título de edifício mais alto dos Estados Unidos. A imponente estrutura se eleva a 541 metros acima do horizonte de Manhattan.
Desde sua concepção, a torre foi pensada como uma demonstração de resiliência de Nova York, uma visão para o futuro apesar da tragédia. É o que explicou Kenneth Lewis, um dos arquitetos do estúdio Skidmore, Owings and Merrill (SOM), responsável pelo projeto.
Era o começo do milênio, era preciso encarnar uma nova geração de edifícios, tanto em termos de segurança quanto de impacto para o meio ambiente
Kenneth Lewis, arquiteto do estúdio SOM
Como é o One World Trade Center?
A torre tem, ao todo, 104 andares e 541 metros. A altura do prédio tem um valor simbólico - convertida, são 1.776 pés, número que corresponde ao ano de independência dos Estados Unidos.
A estrutura do prédio, em estilo pós-moderno, é composta por concreto armado e aço, com a fachada revestida com vidro à prova de balas e alumínio.
O edifício ocupa uma área de 241.548 m² e conta com 73 elevadores.
Novas normas de segurança e evacuação
As imagens de pessoas pulando no vazio para escapar do fogo no World Trade Center estão entre as mais marcantes do 11/09.
Após os atentados, muitas discussões trataram sobre como evacuar as pessoas além das escadas.
Cogitou-se sobre uma espécie de cabo ao qual as pessoas se prenderiam antes de saltar ou uma espécie de duto gigante pelo qual as pessoas poderiam deslizar.
Por fim, a solução foi "blindar o coração do edifício com cimento reforçado e fazê-lo suficientemente amplo para que as pessoas possam sair por ali".
Muitas novas normas de segurança estrearam no "One WTC" e depois se tornaram padrão. Por exemplo, a ampliação das caixas das escadas e a instalação de um sinal luminoso no chão, como o dos aviões.
Também foram instaladas câmeras e ferramentas de comunicação resistentes ao fogo em cada andar para permitir aos socorristas acompanhar a situação a todo momento.
O objetivo final, segundo Lewis, é "evacuar todo o edifício em no máximo uma hora".
Os bombeiros participaram da concepção do projeto. "Ele tinham sofrido um trauma tão grande que deviam fazer parte da solução", diz o arquiteto.
Foram eles, por exemplo, que exigiram um sistema de resgate capaz de corrigir uma falha nos geradores, como ocorreu em 11 de setembro de 2001, a fim de manter a eletricidade pelo maior tempo possível para evacuar o prédio.
"Era preciso identificar todas as ameaças com as quais um edifício deve trabalhar" sem transformá-lo "em uma fortaleza à qual ninguém quer vir trabalhar".
Se o Memorial para as Vítimas do 11/9 simboliza "o vazio" provocado pelos atentados, segundo Lewis, a torre "representa o (lado) positivo", "um lugar de inovação e reflexão, portador de conceitos modernos de segurança".
* Com informações de reportagens publicadas em 12/09/2011 e 26/08/2021.