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'EUA pró-sindicatos', 'civilidade': o que Lula e Biden disseram na ONU

20.09.23 - O presidente Lula (PT) e o presidente norte-americano Joe Biden se reuniram para lançar frente por "trabalho digno" em Nova York Imagem: Ricardo Stuckert/PR

Do UOL, em São Paulo

20/09/2023 17h29Atualizada em 20/09/2023 19h57

Em entrevista conjunta após lançarem uma parceria em defesa de direitos trabalhistas, o presidente Lula (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fizeram declarações a favor de sindicatos e falaram da necessidade de modernizar as relações empregatícias.

O que os presidentes disseram

Queremos criar, quem sabe, um novo marco na relação entre capital-trabalho. Uma relação do século 21, civilizada. Todas as pessoas que acreditam que sindicato fraco vai fazer com que o empresário ganhe mais estão enganadas. Não há democracia sem sindicatos fortes, porque os sindicatos são quem fala efetivamente pelo trabalhador
Lula, após o encontro com Biden

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Não queremos que só uma classe se saia bem. Queremos que os pobres tenham oportunidades de subir na vida, e essa visão é impulsionada por uma força trabalhista forte. É por isso que o meu governo tem sido chamado de o governo mais pró-sindicatos da história dos EUA
Joe Biden, sobre o movimento trabalhista nos EUA

Sabemos que o nosso progresso diante desse desafio depende dos nosso trabalhadores. Eles que vão tornar segura a cadeia de valor, melhorar a infraestrutura para manter forte a nossa economia. Precisamos empoderar os trabalhadores, e disso se trata essa parceria nova. A ideia foi desse senhor aqui [Lula]
Joe Biden, sobre a parceria entre Brasil e EUA

É inimaginável que nesse mundo todo digitalizado, todo moderno, o ser humano seja tratado como escória, como se não merecesse respeito
Lula, sobre trabalhadores de aplicativos de entrega

Sejam trabalhadores da indústria automobilística ou qualquer outro trabalhador sindicalizado, os lucros recordes das empresas deveriam significar contratos recordes para os trabalhadores sindicalizados
Biden, em crítica à concentração de lucros nas empresas

Sabemos que nem todo trabalhador quer carteira profissional assinada. Tem trabalhador que quer ser empreendedor, ótimo. Mas a gente se preocupa [por]que, para essas pessoas do empreendedorismo, é preciso que haja o minímo de garantia de seguridade social. Quando tudo tá bem, ótimo, mas e quando as coisas vão mal? É preciso que apareça a figura do Estado tentando dar uma solução para isso
Lula, sobre trabalhadores informais

Parceria por "trabalho digno"

Chamada "Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras", esta é a primeira iniciativa dos dois países relacionada a direitos trabalhistas. Segundo o Palácio do Planalto, o objetivo é aumentar o número de empregos e melhorar as condições empregatícias no Brasil e nos EUA, tão diferentes entre si.

A iniciativa já havia sido anunciada em agosto, após telefonema entre os dois. Nos EUA, Biden é um dos políticos democratas mais próximos ao sindicalismo, origem política de Lula.

No encontro, o petista destacou que é necessário discutir como valorizar os salários em um contexto de transição energética e crises nas democracias ocidentais. "O trabalho está precarizado, o salário está aviltado, cada vez mais os trabalhadores trabalham mais e ganham menos", disse Lula.

A parceria poderá chegar ao âmbito do G20, disse Lula. O brasileiro destacou a sua atual gestão na presidência do órgão multilateral. Ao todo, o encontro durou pouco mais de uma hora.

Esta é a segunda vez que os dois se reúnem bilateralmente. Em fevereiro, Lula fez uma visita a Washington, pouco após assumir a Presidência. A retomada das boas relações entre os dois se contrapõe à proximidade que havia entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado por Lula, e o ex-presidente norte-americano Donald Trump, derrotado por Biden.

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