'Estamos em guerra', diz Netanyahu após ataque do Hamas em Israel
Do UOL*, em São Paulo
07/10/2023 07h55Atualizada em 07/10/2023 14h50
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que seu país está em guerra contra o Hamas após um ataque do grupo deixar mais de 150 mortos e ao menos 1.000 feridos. Na contraofensiva de Israel, jornais locais da Faixa de Gaza dizem que mais de 200 palestinos foram mortos, enquanto 1.610 ficaram feridos.
O que aconteceu
"Estamos em guerra e venceremos", disse o premiê israelense em pronunciamento publicado nas redes sociais. "O inimigo pagará um preço que nunca conheceu", afirmou. Netanyahu acrescentou que também decidiu convocar reservistas e pediu aos cidadãos israelenses que sigam as instruções de segurança.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que o grupo islâmico palestino lançou uma "guerra" contra Israel. "Cometeu um grave erro", afirmou.
Este é o incidente mais grave desde que Israel e o Hamas travaram uma guerra de 10 dias em 2021.
O ataque ocorre no momento em que Israel marca o festival judaico de Simchat Torá, celebrando a conclusão do ciclo anual de leituras públicas da Torá.
'Civis nunca devem ser alvo de ataques', diz ONU
O alto comissionário da ONU para Direitos Humanos, Volker Türk, disse em comunicado que está "chocado e horrorizado" com os relatos do ataque. "Esse ataque está causando um impacto terrível para a população israelense. Civis não devem ser alvo de ataques", afirmou o diplomata.
Eu pontuo também que as forças israelenses responderam com ataques na Faixa de Gaza, matando ao menos cinco pessoas, segundo relatos. Eu peço que elas tomem todas as precauções para evitar mais mortes de civis. Peço uma pausa imediata na violência, e apelo que todos os lados envolvidos e países da região evitem mais derramamento de sangue. Volker Türk, alto comissionário da ONU para Direitos Humanos
Hezbollah parabeniza 'operação heroica' em Israel
O Hezbollah, o movimento libanês pró-Irã, parabenizou o grupo islâmico palestino Hamas por sua "operação heroica em grande escala" contra Israel.
"O Hezbollah felicita o povo palestino e os seus aliados nas Brigadas al-Qasam e no Hamas" por "esta operação heroica em grande escala" e "vitoriosa", afirmou o partido xiita libanês em um comunicado.
O Hezbollah é um inimigo jurado de Israel e um ator importante na vida política libanesa, que mantém boas relações com o Hamas, o movimento que governa a Faixa de Gaza.
"O comando da resistência islâmica no Líbano [...] está em contato direto com o comando da resistência palestina no país e no exterior, e avalia continuamente os desenvolvimentos e a condução das operações", acrescentou o Hezbollah.
Hamas diz ter disparado 5 mil foguetes
O comandante militar do Hamas, Mohammad Deif, anunciou o início da operação em uma transmissão nos meios de comunicação do grupo. "Anunciamos a Operação Al-Aqsa Deluge e disparamos mais de 5 mil foguetes no primeiro ataque de 20 minutos."
Deif convocou todos os palestinos para lutarem. "Este é o dia da maior batalha para acabar com a última ocupação do planeta."
"Decidimos pôr fim a todos os crimes da ocupação [de Israel]. O seu tempo de violência sem responsabilização acabou", declarou o grupo.
* Com informações da AFP, Reuters e Deutschwelle