Israel faz ataque em campo de refugiados de Gaza e mata ao menos 50
Do UOL*, em São Paulo
31/10/2023 16h20
O diretor de um hospital da Faixa de Gaza afirmou que mais de 50 palestinos foram mortos em um ataque aéreo contra um campo de refugiados em Jabalia, norte do enclave. Na mesma região, o Exército de Israel também disse ter matado um dos principais líderes do Hamas em Gaza, confirmando o ataque aéreo.
O que aconteceu
O diretor do Hospital Indonésio de Gaza disse ao canal Al Jazeera que mais de 50 palestinos foram mortos e 150 ficaram feridos em ataques aéreos israelenses em uma área densamente povoada do campo de refugiados de Jabalia.
Não houve comentários imediatos dos militares israelenses sobre as vítimas civis, mas sim sobre a morte de uma liderança do Hamas. Hoje, o Exército de Israel disse ter matado, em uma operação terrestre, o comandante do batalhão central de Jabalia no Hamas, Ebrahim Biari, definido como "um dos líderes do ataque terrorista assassino de 7 de outubro", diz um comunicado das Forças de Defesa de Israel.
Israel também citou 50 mortes, mas disse que foram "terroristas do Hamas" atingidos na empreitada, complementaram.
O assassinato foi realizado como parte de um ataque extenso a terroristas e infraestruturas terroristas do Batalhão Central Jabaliya, que assumiu o controle de edifícios civis na Cidade de Gaza. O ataque prejudicou gravemente o comando, o controle do setor e a direção da atividade terrorista contra as forças das Forças de Defesa de Israel que operam na Faixa. Após o ataque, uma infraestrutura militar subterrânea do Hamas entrou em colapso sob esses edifícios.
Declaração do Exército de Israel sobre ataques de hoje
Israel também publicou um mapa que mostra a existência de supostos "túneis" do Hamas em Gaza. Ao lado, há a identificação de postos civis, como um "centro médico" e mesquitas.
O Hamas não confirmou a morte da liderança, mas citou outros confrontos "ferozes" com as forças terrestres israelenses, que estavam sofrendo perdas, alega o grupo extremistas. "A ocupação está empurrando os soldados para a orgulhosa Gaza, que será sempre o cemitério dos invasores", disse o Hamas.
As Brigadas al-Qassam, braço armado do Hamas, disseram que os militantes entraram em confronto na madrugada de terça-feira com as forças israelenses que invadiram o sul de Gaza. Quatro veículos foram alvejados com mísseis al-Yassin 105, disse, referindo-se a mísseis antitanque produzidos localmente.
Os militantes também dispararam contra dois tanques e escavadeiras israelenses no noroeste de Gaza, segundo o al-Qassam. Em Beit Hanoun, no nordeste, eles "liquidaram" uma unidade israelense que foi emboscada quando entrava em um prédio. Os militares israelenses não fizeram comentários imediatos sobre os relatos do Hamas.
Netanyahu nega cessar-fogo mesmo com reféns israelenses
Até o momento, o grupo islâmico libertou quatro civis dos 240 reféns que, segundo Israel, foram capturados nos ataques de 7 de outubro, nos quais cerca de 1.400 pessoas foram mortas. Acredita-se que muitos dos reféns estejam presos nos túneis.
A ONU e outras autoridades humanitárias alertaram que uma catástrofe de saúde pública estava envolvendo os civis em Gaza, com os hospitais em dificuldades para lidar com o aumento das vítimas e com a escassez de alimentos, medicamentos, água potável e combustível.
Autoridades de saúde de Gaza afirmam que 8.525 pessoas, incluindo 3.542 menores de idade, foram mortas em ataques israelenses desde 7 de outubro. Autoridades da ONU dizem que mais de 1,4 milhão da população civil de Gaza, de cerca de 2,3 milhões de pessoas, ficaram desabrigadas.
O crescente número de mortos atraiu apelos dos Estados Unidos, principal aliado de Israel, de outros países e da ONU para uma pausa nos combates, a fim de permitir que mais ajuda humanitária chegue ao enclave sitiado, onde há escassez de alimentos, combustível, água potável e medicamentos.
À medida que a batalha dentro do território palestino governado pelo Hamas se intensifica, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeitou apelos internacionais para a suspensão dos combates.
"Os pedidos de cessar-fogo são pedidos para que Israel se renda ao Hamas, se renda ao terrorismo, se renda à barbárie. Isso não acontecerá", disse Netanyahu na segunda-feira (31) em uma entrevista a jornalistas.
*Com informações da Reuters