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PF mira recrutas do Hezbollah no Brasil; como grupo extremista atua?

Hezbollah tem influência no Líbano; na foto, combatentes libaneses do Hezbollah se preparam para marchar no funeral de um colega Imagem: Ahmad Al-Rubaye / AFP

Do UOL, com agências internacionais

09/11/2023 04h00

A PF (Polícia Federal) prendeu nesta quarta-feira (8) duas pessoas em operação contra o planejamento para atos terroristas no Brasil. Segundo a PF, brasileiros foram recrutados pelo Hezbollah e eram financiados pela organização islâmica.

O que é o Hezbollah?

O Hezbollah é um grupo islâmico do Líbano que também prega o fim do Estado de Israel. É um inimigo jurado de Israel e mantém boas relações com o Hamas, o movimento que governa a Faixa de Gaza.

Classificado como uma organização terrorista pelos EUA e por Israel, o Hezbollah tem influência no sistema político do Líbano, com poder de veto no Executivo do país.

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Origem nos anos 1980. Grupos como os xiitas se sentiam pouco representados e sem apoio do governo. Com esse cenário político, somado à onda de invasões de Israel na região, o Hezbollah surgiu na década de 1980. O nome significa "Partido de Deus".

Formação oficial é de 1985. Este ano marca o início oficial do Hezbollah, com a publicação de uma "carta aberta", em que o grupo detalha seus objetivos, como um grupo militar de resistência islâmica.

Atualmente, o grupo extremista libanês controla o sul do Líbano. A região já recebeu muitos refugiados palestinos que residiam no agora Estado de Israel. Grande parte da população do Líbano, porém, é anti-Hezbollah.

A organização conta com o apoio do Irã, que passou a ser governado por um regime teocrático xiita desde 1979.

Ganhou experiência em 2006. À BBC News Mundo, Firas Maksad, especialista em política libanesa, disse que o Hezbollah ganhou experiência desde 2006, quando houve o último confronto com Israel, lutando na guerra da Síria e treinando milícias pró-Irã no Iraque e no Iêmen.

Bandeiras do Hezbollah retratam o líder do grupo, Hassan Nasrallah Imagem: Aziz Taher/Reuters

Hezbollah e a guerra

Manifestação após ataque do Hamas. O Hezbollah parabenizou o grupo islâmico palestino Hamas por sua "operação heroica em grande escala" contra Israel.

Tensão na fronteira Líbano x Israel. Desde o início da guerra, a fronteira entre Líbano e Israel se tornou a frente secundária de conflitos. Há trocas de tiros frequentes entre o Exército israelense e o Hezbollah.

Prisões no Brasil

As duas prisões temporárias foram em São Paulo. Segundo a PF, também foram cumpridos mais 11 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Minas Gerais e no Distrito Federal.

A operação mirou pessoas que atuavam como recrutadores de brasileiros. Segundo apurou UOL, a investigação da PF apontou que o objetivo do grupo era atacar prédios da comunidade judaica no Brasil, incluindo sinagogas.

Os alvos podem responder pelos crimes de constituir ou integrar organização terrorista e de realizar atos preparatórios de terrorismo.

Penas máximas para esses crimes chegam a 15 anos e 6 meses de prisão. Os crimes previstos na Lei de Terrorismo são equiparados a hediondos, considerados inafiançáveis, insuscetíveis de graça, anistia ou indulto.

Além disso, o cumprimento da pena para eles se dá inicialmente em regime fechado, independentemente de trânsito em julgado da condenação, disse a PF.

PF já agiu contra o Hezbollah em território nacional antes. Em setembro de 2018, o comerciante Assad Ahmad Barakat, 51, foi preso acusado pelo governo americano de ser um dos principais financiadores do Hezbollah. A prisão aconteceu em Foz do Iguaçu, no Paraná.

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