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'Enxame de drones assassinos': armas controladas por IA viram preocupação

Dos drone de papelão ao 'enxame' de máquinas, drones são considerados o futuro do militarismo Imagem: Divulgação

Colaboração para o UOL, com AFP

27/11/2023 04h00

A Inteligência Artificial (IA) promete revolucionar a vida humana em diferentes áreas, mas isso também inclui as guerras.

O uso desse tipo de tecnologia em armamentos, veículos e programas de computadores militares já é uma realidade, e tem sido visto na Guerra da Ucrânia. No futuro, drones, torpedos e outros dispositivos podem ser controlados por algoritmos de IA.

Isso significa que esses equipamentos têm a capacidade de localizar, selecionar e atacar alvos humanos ou alvos que carregam seres humanos, sem intervenção humana.
Stuart Russell, professor de ciências da computação da Universidade de Berkeley, em entrevista à AFP

'Drones assassinos'

Na guerra da Ucrânia, drones pilotados de forma remota já estão obrigando tropas a buscar mais refúgios subterrâneos. Um exemplo foram os drones de papelão.

À AFP, Russell afirmou que, na prática, o uso de armas autônomas, controladas por IA, significa que estar visível no campo de batalha será "uma sentença de morte". Ou seja, esses equipamentos poderiam identificar e atingir alvos, incluindo de forma letal.

Em julho, a fachada de um prédio de escritórios na cidade de Moscou (Rússia) foi danificada após um ataque de drone ucraniano Imagem: Reuters

Já submarinos, barcos e aviões autônomos podem trazer avanços em termos de monitoramento e apoio logístico em áreas remotas e perigosas.

Preocupação ética

Se, de um lado, as armas autônomas são mais eficientes, mais baratas e desprovidas de emoção, elas também levantam preocupações éticas.

Uma delas é de que o baixo custo possa levar a um poder ofensivo ilimitado, que inclui a possibilidade de lançamento de milhares dessas armas para dizimar grupos étnicos inteiros, por exemplo.

Além disso, não necessariamente os equipamentos controlados por IA conseguiriam distinguir civis de militares.

Nos EUA, o Pentágono já desenvolve "enxames de drones" —uma rede com centenas ou milhares desses equipamentos funcionando de forma autônoma.

A ideia é de que eles sejam usados para transportar equipamentos de vigilância ou alimentos.

No futuro, porém, eles poderão ser utilizados de forma letal.

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