Topo

Apesar de ameaças de Milei, argentinos protestam contra novo governo

Amanda Cotrim

Colaboração para o UOL, em Buenos Aires

20/12/2023 18h16Atualizada em 20/12/2023 19h45

Milhares de argentinos foram às ruas nesta quarta (20) em um protesto contra medidas anunciadas pelo presidente Javier Milei, que tomou posse há pouco mais de uma semana.

O que aconteceu

O presidente acompanhou os protestos na sede da polícia. A imprensa argentina diz que ao menos três pessoas foram detidas — incluindo um menor liberado logo depois — e um agente teve o rosto ferido.

Os manifestantes se concentraram em frente à Casa Rosada, sede do governo. Entre os gritos entoados pelo grupo, estavam "Fora, Milei e seu ajuste", "Temos direito a nos manifestarmos" e "Milei, lixo, você é a ditadura".

Relacionadas

Com policiamento reforçado nas ruas, o clima estava tenso desde a manhã. Mais cedo, foram instaladas placas e houve serviço de alto-falante em estações de trem de Buenos Aires, que relembravam a campanha de repressão contra protestos nas vias públicas.

Hoje é dia de mobilização pelos 22 anos da crise econômica de 2001, a maior do país, e organizações de esquerda convocaram o público contra os reajustes econômicos do novo governo. A expectativa era reunir 50 mil pessoas — o Clarín, jornal argentino, afirma que fontes da polícia contabilizaram 10 mil manifestantes.

Mulher protesta com cartaz contra governo de Javier Milei na Argentina Imagem: Amanda Cotrim/UOL

Milei divulgou antes dos protestos uma foto nas redes sociais com o aviso: "Quem bloqueia, não recebe". Na segunda (18), a ministra do Capital Humano, Sandra Pettovello, disse que a pasta cortará benefícios de quem participar de atos que bloqueiem vias públicas. Na semana passada, o Ministério da Segurança divulgou decreto que permite intervenção da polícia e a identificação de manifestantes por meio de câmeras de segurança e drone.

Está previsto o anúncio de um decreto de urgência para explicar as medidas que o governo tomará para a "desregulação da economia". Especula-se que entre essas medidas está uma reforma trabalhista, com aumento de três para oito meses de período de experiência, e o fim da lei de aluguéis.

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Apesar de ameaças de Milei, argentinos protestam contra novo governo - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade


Internacional