Argentina instala aviso em metrô contra protesto: Quem bloqueia não recebe

O presidente da Argentina, Javier Milei, reforçou o aviso de que vai retirar planos sociais de pessoas que protestarem nas ruas contra o novo governo. Ele tomou posse no dia 10.

O que aconteceu

Há placas com anúncios e serviço de alto-falante em estações de trem de Buenos Aires, que relembram a campanha de repressão contra manifestações e protestos. Na segunda (18), a ministra do Capital Humano, Sandra Pettovello, disse que a pasta cortará benefícios de quem participar de atos que bloqueiem ruas.

O próprio Milei publicou uma foto nas redes sociais com o aviso. Também é possível notar um aumento no efetivo de segurança nas estações da capital argentina, por onde passam manifestantes que moram na região metropolitana.

Os avisos informam que ninguém pode obrigar uma pessoa a participar de protestos e que, se isso ocorrer, pode haver denúncia. "Bloquear as ruas é um delito", diz o cartaz eletrônico. "Quem bloqueia, não recebe."

As placas são em nome do Ministério da Segurança. Na semana passada, a mesma pasta publicou decreto para reprimir toda manifestação que obstruir via pública, permitindo a intervenção da polícia com armas não letais e a identificação dos manifestantes por meio de câmeras de segurança e drone.

Hoje (20) é dia de mobilização pelos 22 anos da crise econômica de 2001, a maior do país, e contra os reajustes econômicos do novo governo. Organizações sociais de esquerda e sindicatos deram início a um protesto nas ruas de Buenos Aires e afirmam que o ato é um direito constitucional. A expectativa é reunir 50 mil pessoas.

Também está previsto para hoje o anúncio de um decreto de urgência para explicar as medidas que o governo tomará para a "desregulação da economia". Especula-se que entre essas medidas está uma reforma trabalhista, com aumento de três para oito meses de período de experiência, e o fim da lei de aluguéis.

Policiais durante protesto em Buenos Aires contra medidas do governo Milei
Policiais durante protesto em Buenos Aires contra medidas do governo Milei Imagem: REUTERS/Agustin Marcarian

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