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Na África, Lula diz que IAs reforçam discriminação e sugere pacto global

Do UOL, em São Paulo

17/02/2024 08h03

O presidente Lula (PT) criticou hoje o "monopólio" das operações de inteligência artificial e defendeu uma governança multilateral para lidar com a nova tecnologia.

O que aconteceu

Ele citou o desemprego e o reforço de discriminações de raça e gênero como consequências das IAs. Ele falou sobre o assunto em discurso na Cúpula da União Africana.

Brasil vai promover interação do G20 com a discussão sobre pacto digital global. "Esperamos com isso contribuir para uma governança efetiva e multilateral em inteligência artificial, que incorpore planejamentos de interesses do sul global", defendeu Lula.

A Inteligência Artificial não pode tornar-se monopólio de poucos países e empresas. Mas podem também constituir-se em terreno fértil para discursos de ódio e desinformação, além de causar desemprego e reforçar vieses de raça e gênero, que acentuam injustiças e discriminação.

O Brasil vai promover a interação do G20 com o Painel de Alto Nível criado pelo Secretário-Geral da ONU para apoiar as discussões sobre o Pacto Digital Global. Esperamos, com isso, contribuir para uma governança efetiva e multilateral em Inteligência Artificial e que incorpore plenamente os interesses do Sul Global.

Presidente Lula, na Cúpula da União Africana

'Não há democracia com fome e desemprego'

Disparidade "inadmissível" entre riqueza gerada e fome. "É inadmissível que um mundo capaz de gerar riquezas da ordem de US$ 100 trilhões de dólares por ano conviva com a fome de mais de 735 milhões de pessoas", afirmou o presidente.

Lula defendeu a criação de uma Aliança Global contra a Fome. O projeto, que seria criado junto ao G20, deve impulsionar políticas públicas e fazer a mobilização de recursos para alimentar os necessitados.

Alternativas às mazelas da globalização não virão da extrema-direita. "Só um projeto social inclusivo nos permitirá erigir sociedades prósperas, livres, democráticas e soberanas. Não haverá estabilidade nem democracia com fome e desemprego", defendeu Lula em discurso.

Lula também criticou a guerra entre Hamas e Israel. O posicionamento, similar ao que fez em outros discursos na semana, condenou o ataque de 7 de outubro e a retaliação, que deixou quase 30 mil mortos na Faixa de Gaza.

Agenda de Lula na Etiópia

A agenda de Lula para este sábado contou com um encontro com o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh.

O presidente ainda deve encontrar representantes de Moçambique, Etiópia e o presidente da União Africana.

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