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Lula quer se encontrar com Maduro no Caribe para falar de eleições e Guiana

Lula e Maduro em visita do venezuelano a Brasília, em julho Imagem: 25.jul.23/Reuters

Do UOL, em Brasília

26/02/2024 14h02Atualizada em 26/02/2024 14h02

Lula (PT) pretende se encontrar com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em viagem ao Caribe nesta semana para falar sobre a questão da Guiana e as eleições no país vizinho.

O que aconteceu

Os dois deverão participar da cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), em São Vicente e Granadinas, na sexta (1º). Segundo fontes ligadas ao Planalto, só falta fechar uma questão de agenda de ambos.

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Maduro busca o terceiro mandato, em outubro. Sua reeleição em 2018 foi envolta em polêmicas e o clima já voltou a ficar tenso após a prisão e a inelegibilidade da oposicionista María Corina Machado.

Na Guiana, a situação deu uma arrefecida após encontro entre Maduro e o presidente Irfaan Ali, no final do ano. A Venezuela, no entanto, continua reivindicando a área de Essequibo, rica em petróleo e gás.

Lula irá a Georgetown, capital guianesa, um dia antes, na quinta (29), para encontro do Caricom (Comunidade do Caribe). Aliado de Maduro, o governo brasileiro tem sido um dos articuladores por uma solução pacífica.

Eleições na Venezuela

Lula é aliado de Maduro e o PT tem, historicamente, respeitado os resultados das eleições venezuelanas. Neste ano, a situação tem se agravado após a prisão de Corina Machado.

A ex-deputada foi presa em dezembro por "traição à pátria". Então principal candidata da oposição, ela foi considerada inelegível pela Suprema Corte venezuelana em janeiro.

As decisões têm sido questionadas internacionalmente. Em encontro com Lula na últimas semanas, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, expressou preocupação sobre as eleições locais, mas foi acalmado pelo brasileiro.

No encontro, Lula deverá sentir como o aliado tem conduzido a situação. Fontes do Planalto dizem, no entanto, que é improvável que ele "se meta" em "assuntos internos de outro país".

Disputa na Guiana

No ano passado, o governo Maduro promoveu um plebiscito para reivindicar a região de Essequibo, de 160 mil quilômetros quadrados. A disputa é centenária, mas o litígio ganhou intensidade em 2015, depois que a petrolífera norte-americana ExxonMobil descobriu grandes reservas de petróleo bruto na área.

Os dois presidentes se encontraram em dezembro. Em entrevista, o presidente da Guiana disse que o país "tem todo o direito" de explorar "seu espaço soberano".

Já o governo venezuelano classificou a conclusão do encontro como "respeitosa" e manifestou disposição em continuar o diálogo, via redes sociais. O ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial de assuntos internacionais da Presidência do Brasil, participou do encontro.

O governo brasileiro tem acompanhado a questão de perto. Por meio de Amorim, Lula tem tentado fazer com que a situação seja resolvida por meio do diálogo e já descartou publicamente que qualquer um dos dois Exércitos cruze território brasileiro.

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