Brasil e outros países da Celac pedem 'cessar-fogo imediato' em Gaza
Do UOL, em São Paulo
02/03/2024 18h51Atualizada em 03/03/2024 03h55
O governo brasileiro e outros 23 chefes de Estado e de governo da Celac (Comunidade da América Latina e Estados do Caribe) divulgaram uma declaração, neste sábado (2), em que cobram um cessar-fogo humanitário imediato em Gaza.
O que aconteceu
O documento, assinado na sexta-feira (1), endossa exigência da Assembleia Geral das Nações Unidas. "Que todas as partes no conflito cumpram o direito internacional, nomeadamente no que diz respeito à proteção de civis".
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Crítica a Israel. Os representantes da Celac dizem que as medidas presentes na declaração são necessárias levando em consideração a "intransigência refletida nas declarações do governo de Israel e do agravamento da crise humanitária em Gaza".
O texto cobra ainda a "libertação imediata e incondicional" de todos os reféns. Os governantes manifestam apoio à UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras aos Refugiados da Palestina). Israel acusa o órgão de colaborar com o Hamas.
A declaração não é referendada por todos os 33 países integrantes da Celac. Assinam a carta os chefes de Estado e de governo de Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Colômbia, Cuba, Chile, Dominica, República Dominicana, Granada, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago e Venezuela.
Os seguintes países não assinaram o documento: Argentina, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Panamá, Paraguai, e Uruguai.
Discurso de Lula
'Carnificina em Gaza'. O presidente Lula (PT) voltou a criticar a comunidade internacional, na sexta-feira, pela "indiferença chocante" à "carnificina" na Faixa de Gaza, durante abertura da cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos).
Ao lado do secretário-geral da ONU, António Guterres, Lula pediu aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, únicos com poder de veto, que "deixem de lados suas diferenças e ponham fim a essa matança". O presidente brasileiro tem sido uma das principais vozes críticas aos ataques de Israel à região palestina.
"A indiferença da comunidade internacional é chocante", continuou Lula. "A tragédia humanitária em Gaza requer de todos nós a capacidade de dizer um basta para a punição coletiva que o governo de Israel impõe ao povo palestino. As pessoas estão morrendo na fila para obter comida."
Na tarde de quinta-feira (29), o governo de Israel foi acusado de matar mais de 100 pessoas que estavam em uma fila à espera de comida em Gaza. O governo de Benjamin Netanyahu atribuiu o início das execuções aos palestinos que teriam atacado soldados do país.