OPINIÃO
Reinaldo: TikTok prova que EUA apelam à nacionalização por sua 'segurança'
Colaboração para o UOL
24/04/2024 17h11Atualizada em 24/04/2024 17h25
O colunista Reinaldo Azevedo disse no Olha Aqui! desta quarta (24) que os Estados Unidos alegam risco à segurança nacional para cobrir a decisão arbitrária de nacionalizar o TikTok. O presidente norte-americano, Joe Biden, sancionou hoje o projeto de lei que proíbe a plataforma no país se a ByteDance, empresa dona do aplicativo, não se desfizer dele.
Por trás dessa lei está a vontade do império. E o direito que os países se dão de cuidar do seu próprio destino quando acham que ele está ameaçado. A lei é muito mais especifica: é obrigatória a venda do TikTok para um americano. [Sob] Acusação de que o TikTok poderia roubar dados, a partir de dados de navegação, de segurança dos Estados Unidos, e passá-los para a China. A empresa é chinesa de origem, embora não tenha sede na China, porque lá o TikTok é proibido. Há essa acusação, embora não haja qualquer comprovação disso. A comissão da Câmara não vai protestar, porque isso tem amplo apoio dos republicanos e dos democratas, e o Biden já tinha dito que, se fosse aprovado, ele sancionaria. São os Estados Unidos fazendo valer a sua vontade, que é o que eles fazem, é o que fazem os países sempre que podem. Aqui no Brasil é que tem alguns idiotas que acham que uma plataforma nacional ou estrangeira pode desrespeitar as leis brasileiras, pode desrespeitar a Constituição. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL
Reinaldo destacou que a "pátria da liberdade" está nacionalizando uma empresa estrangeira e que não se trata de um caso de censura, mas de arbitrariedade.
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Os EUA estão nacionalizando uma empresa estrangeira. A pátria do capitalismo, quando preciso, ou quando julga necessário, vai lá, coloca seus interesses e, simplesmente, nacionaliza uma empresa, uma coisa que aqui não poderíamos fazer, porque a lei proíbe. O TikTok vai recorrer, mas acho que vai perder. Se não houver venda, há simplesmente o fechamento da plataforma. Fica mais com cara da caricatura que se faz da China que da caricatura que se faz dos EUA. Num caso, se pinta um regime onde não há liberdade alguma e, no outro, um regime quase libertário em que tudo seria possível. Não é verdade. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL
Não é censura, porque não tem nada a ver com conteúdo. Tem a ver com escolha de natureza estratégica e isso é muito mais sério. Os EUA estão dizendo: 'Nós aqui nos damos o direito, nós falamos em liberdade, mas isso vai até o limite em que achamos que nossa segurança está em risco. E achando isso, podemos simplesmente nacionalizar uma empresa'. 'Pode continuar a fazer dancinha, desde que a plataforma tenha um dono americano, que nós consideramos alinhados com nosso propósito'. Falar que é censura é minimizar o alcance disso. É autoritário, decidimos que uma empresa não vai atuar, basta alegar risco à segurança nacional. Há evidências de que o TikTok passe elementos de segurança para a China? Nenhuma, zero. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL
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