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Fenômeno climático que matou 224 pessoas na Espanha agora alaga Portugal

Do UOL, em São Paulo

15/11/2024 16h54Atualizada em 15/11/2024 17h04

O fenômeno climático conhecido como Dana (na sigla em espanhol), que deixou pelo menos 224 mortos na Espanha no mês passado, chegou a Portugal nesta semana e causou enchentes no país.

O que aconteceu

Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram estradas inundadas na região de Algarve, sul de Portugal. Motoristas ficaram presos nos carros em meio às enchentes em cidades como Olhão e Albufeira na quinta-feira (14), segundo a CNN portuguesa.

Moradores relataram à emissora TVI um período de chuva intensa que durou cerca de 20 minutos. Não há registro de feridos, mas casas e estabelecimentos comerciais foram inundados.

A ANEPC (Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil) emitiu um aviso em que pede à população que tenha cuidado em meio a inundações no país. O IPMA (Instituto Português do Mar e Atmosfera) prevê chuva forte até o domingo (17).

A previsão destaca o alerta para regiões do baixo Alentejo, Algarve, Setúbal, Lisboa e Santarém. A ANEPC cita "maior potencial de severidade" no baixo Alentejo e Algarve.

O que é Dana

Dana é um fenômeno característico da região da Península Ibérica - da qual Espanha e Portugal fazem parte —durante o outono europeu, que começa em setembro. Ele é caracterizado por uma tempestade forte, geralmente acompanhada por intensas rajadas de ventanias, granizo e trovoadas.

Fenômeno pode durar vários dias e é estacionário, o que o torna perigoso. Diferente de outros eventos meteorológicos, essa depressão isolada em altos níveis tende a permanecer "parada" no mesmo local, sem se deslocar, como ocorre em tempestades comuns e menos danosas.

Nem sempre o Dana cria tempestades extremas e potencialmente graves. Segundo a Aemet (Agência Meteorológica da Espanha), ele se torna perigoso e destrutivo quando colide com massas de ar quentes e úmidas, como ocorreu em Valência, quando colidiram com o ar quente do Mediterrâneo, mar que banha a Espanha. Contribuiu para isso os relevos do sudeste espanhol, que "interagem" com os fluxos de ar.

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