Grupos pró-Israel e pró-Palestina brigam em universidade nos EUA; veja
Do UOL, em São Paulo
01/05/2024 08h04Atualizada em 01/05/2024 10h00
A Polícia de Los Angeles foi chamada para conter o que chamou de "múltiplos atos de violência" no campus da UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles) entre manifestantes pró-Israel e pró-Palestina.
O que aconteceu
Grupo favorável a Israel tentou desmontar as barreiras do acampamento montado por manifestantes pró-Palestina em uma praça do campus. Imagens publicadas nas redes sociais mostram ao menos uma pessoa sendo arrastada e agredida no local.
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Manifestantes a favor de Israel chegaram na universidade por volta das 23h (horário local) e atiraram fogos de artifício no grupo contrário. Movimento acontece após o chanceler da Universidade, Gene Block, publicar uma nota dizendo que o acampamento contrariava a lei.
UCLA disse ter aberto uma apuração interna, que pode levar a suspensões e expulsões. "Reconheço que o sofrimento no Oriente Médio nos impactou profundamente, e continuamos a esperar uma resolução pacífica. Enquanto o campus tem uma variedade de perspectivas sobre o conflito, devemos proteger o bem-estar dos colegas e manter um ambiente seguro para o aprendizado", escreveu.
Prefeita da cidade condenou situação. Karen Bass, prefeita de Los Angeles, escreveu no X (ex-Twitter) que os atos de violência são "absolutamente abomináveis e sem justificativa".
Mais de mil prisões já foram efetuadas em todo o país nas últimas duas semanas. Imagens de policiais com equipamento de choque em várias universidades rodaram o mundo.
Polícia desmantela ato em Nova York
Já em Nova York, dezenas de policiais da unidade de choque equipados com capacetes e cassetetes entraram na Universidade Columbia na noite de terça-feira, atendendo a um pedido da instituição.
Os agentes esvaziaram um acampamento montado pelos manifestantes para protestar contra a guerra em Gaza, bem como liberaram o Hamilton Hall, edifício que havia sido ocupado pelo grupo.
A polícia entrou no Hamilton Hall por uma janela do segundo andar, alcançada por meio de um caminhão com escadas, antes de conduzir os estudantes algemados para fora do prédio e levá-los para as vans da polícia.
O edifício havia sido ocupado na madrugada de terça-feira por manifestantes que prometeram lutar contra qualquer despejo, enquanto protestavam contra o crescente número de civis mortos na guerra de Israel com o Hamas.
Em uma carta endereçada ao Departamento de Polícia de Nova York, a presidente da Universidade Columbia, Minouche Shafik, disse que a ocupação do prédio estava sendo liderada por "indivíduos que não são afiliados à universidade" e pediu "ajuda da polícia para remover todos os indivíduos do Hamilton Hall e todos os acampamentos do campus".
Ela também pediu à polícia que permanecesse no campus pelo menos até 17 de maio, "para garantir que os acampamentos não sejam restabelecidos". As cerimônias de formaturas estão previstas para 15 de maio.
Por meio do Instagram, os manifestantes criticaram a declaração de Shafik, dizendo que "seu uso das palavras 'cuidado' e 'segurança' é nada menos que horrível".
Tensão nas universidades americanas
Columbia, localizada no distrito de Manhattan, tem sido o epicentro dos protestos estudantis que se espalharam por várias instituições de ensino nos EUA. Os manifestantes se solidarizam com os palestinos mortos e pedem que as universidades parem de fazer negócios com Israel ou com empresas que apoiam a guerra em Gaza.
As manifestações representam um desafio para os administradores universitários que tentam equilibrar os direitos de liberdade de expressão com acusações de que os protestos se transformaram em atos de antissemitismo.
O chefe dos direitos humanos da ONU, Volker Türk, expressou preocupação com as medidas violentas tomadas para dispersar os protestos, dizendo que "a liberdade de expressão e o direito à reunião pacífica são fundamentais para a sociedade".
Ele acrescentou que "o incitamento à violência ou ao ódio com base na identidade ou em pontos de vista - sejam reais ou presumidos - deve ser fortemente repudiado".
*Com informações de agências internacionais.