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'Sala do estupro': o caso do herdeiro condenado a pagar R$ 5 bilhões

'Alki' David, herdeiro de uma engarrafadora, foi condenado a pagar indenização a ex-funcionária por agressões sexuais Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

27/06/2024 04h00

O empresário grego Alkiviades Alki David, herdeiro de uma engarrafadora que prestava serviço para a Coca-Cola, foi condenado a indenizar uma ex-funcionária. Segundo as investigações, ele cometeu "assédio e agressão sexual grave, incluindo estupro" contra a vítima entre 2016 e 2019.

Os crimes ocorreram em sua empresa de holograma, conhecida por ter criado avatares do rapper Tupac Shakur e do astro do pop Michael Jackson.

O que aconteceu

O júri decidiu que o herdeiro grego deve pagar US$ 900 milhões à ex-funcionária —cerca de R$ 5 bilhões. A vítima é uma ex-modelo que começou a trabalhar para Alki na empresa Hologram USA após conhecê-lo como um "magnata da mídia".

Durante uma viagem de trabalho à Grécia, Alki tentou beijá-la à força, mas ela desviou o rosto e ele se desculpou. Ela acabou demitida poucos meses depois.

Em 2018, a ex-modelo foi convidada a ser embaixadora da marca de produtos de cannabis de Alki, a Swiss-X. Alki a levou para um quarto de hotel e pediu que ela experimentasse uma amostra do produto.

Conforme o processo, a vítima se sentiu desorientada e viu o empresário se masturbar. Ele ainda forçou a mulher a tocar em seu pênis. Em 2019, a vítima relatou ter sido estuprada durante uma reunião de negócios.

O advogado da mulher, Gary Dordick, classificou os atos de Alki como "desprezíveis". E celebrou o que chamou de "um dos maiores veredictos de agressão sexual da história".

A sala do estupro

Relatos colhidos ao longo do processo indicam que havia a inscrição HER-ASS (traseiro dela) com uma imagem pornográfica em uma das empresas do herdeiro. A inscrição estava no departamento de recursos humanos.

"Sala do estupro": essa era forma como funcionários se referiam a uma sala da sede na Califórnia, em que supostamente ocorriam assédios e abusos.

Empresário já respondia por outros crimes

Não é a primeira vez que o empresário responde por crimes do tipo. Segundo o Los Angeles Times, ele e suas empresas já haviam pagado cerca de US$ 70 milhões (R$ 386 milhões) em outros processos por má conduta sexual.

Ex-funcionárias relataram casos em que o chefe abaixava as calças. Segundo as vítimas, ele as agarrava pelo pescoço, pelos seios e pela região pélvica, forçava beijos, entre outros atos. Em um dos casos, em que Alki foi condenado a pagar US$ 5 milhões à ex-funcionária Laura Reeves, em 2016, funcionários já haviam denunciado a existência do "quarto do estupro".

Alki nega ter cometido os crimes. "Nunca toquei em nenhuma dessas mulheres", disse durante seus vários julgamentos de 2019 no Tribunal Superior do Condado de Los Angeles.

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