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'É meu amigo, mas deve desistir': quem pediu a saída de Biden após debate

Donald Trump e Joe Biden durante debate transmitido pela CNN nos EUA Imagem: Emily Elconin/Reuters

Colaboração para o UOL

29/06/2024 11h51

O desempenho do presidente dos EUA, Joe Biden, no debate contra o ex-presidente Donald Trump causou manifestações da imprensa americana para que Biden desista da reeleição.

O que aconteceu

"O presidente Biden é meu amigo. Deve retirar-se da corrida". Em sua coluna no The New York Times, Thomas Friedman escreveu um artigo de opinião no qual afirma que chorou ao assistir ao debate e que a família de Biden deveria conversar com ele para fazê-lo desistir das eleições presidenciais.

"O tempo alcançou" Biden, escreveu Friedman, que cobrou a mudança de candidato no Partido Democratas. Na opinião do colunista do NYT, tornou-se evidente no debate que é hora do presidente "manter a dignidade" e deixar o cargo no final do mandato. Se fizer isso, Biden será lembrado por salvar o país de Trump e por suas legislações importantes, merecendo a Medalha Presidencial da Liberdade, escreveu.

Friedman sugeriu que a vice Kamala Harris possa competir no lugar de Biden. Apesar de ser "caótico e confuso" escolher um novo candidato, a ameaça de Trump é grave o suficiente para que os Democratas encontrem um consenso, escreveu o colunista, e os eleitores merecem um processo aberto para encontrar um candidato que una o partido e o país, algo que Biden não fez no debate.

A família Biden e a equipe política devem se reunir rapidamente e ter a mais difícil das conversas com o presidente, uma conversa de amor, clareza e determinação. Para dar à América a maior chance possível de dissuadir a ameaça de Trump em novembro, o presidente tem que se apresentar e declarar que não concorrerá à reeleição e está liberando todos os seus delegados para a Convenção Nacional Democrática.
Thomas Friedman

Críticas em editoriais

"Uma sombra de um grande servidor público", descreveu o jornal The New York Times. Sobre o mau desempenho de Biden, o jornal expressou uma preocupação séria sobre a capacidade de Biden de enfrentar Trump novamente, afirmando que o democrata "já não é o homem que era há quatro anos". A publicação sugeriu que o maior serviço público que Biden poderia fazer seria anunciar sua desistência da reeleição.

"Cambaleante", apontou o The Wall Street Journal. O jornal argumentou que Biden parecia completamente perdido sem a ajuda de seus assessores e de um teleprompter. O jornal pediu que os democratas reconsiderassem a candidatura, sublinhando que "o país merece uma escolha melhor" e que "Trump está contando que os democratas permaneçam com Biden, mas isso seria um erro".

"Incoerente" e "atordoado", descreveu a revista The Economist. A publicação já havia pedido anteriormente para que Biden não se candidatasse à reeleição. O editorial da revista afirmou que, se Biden realmente se preocupa com sua missão, seu maior serviço público seria ceder espaço para um candidato alternativo capaz de unir o Partido Democrata e o país.

"Parece demasiado frágil" para prosseguir a sua missão de derrotar Trump pela segunda vez", opinou o Financial Times. O editorial destacou que, embora Biden tenha conseguido importantes conquistas legislativas durante seu mandato, seu desempenho no debate foi "uma causa de desespero" para o Partido Democrata, mostrando que ele talvez não esteja mais à altura do desafio.

A revista Time apresentou uma capa com a palavra "Pânico". A ilustração fez referência à reação do Partido Democrata ao desempenho de Biden no debate. A publicação também criticou fortemente o presidente, ecoando o sentimento de que Biden deveria reconsiderar sua candidatura para o bem do partido e do país.

Obama defende colega

Em defesa de Biden, o ex-presidente Barack Obama saiu publicamente em apoio ao seu colega de partido. Ele afirmou que "noites ruins de debate acontecem" e que a eleição ainda é uma escolha entre alguém que lutou pelas pessoas comuns e alguém que só se importa consigo mesmo. Obama destacou que, apesar do desempenho ruim, Biden ainda representa uma escolha moralmente superior a Trump.

Enquanto isso, membros do Partido Democrata começaram a manifestar suas preocupações de forma mais aberta. Alguns aliados temem que o desempenho fraco de Biden possa afetar negativamente as pesquisas eleitorais, levantando a possibilidade de uma substituição de candidato. "Estamos ferrados", declarou à ANSA um integrante do partido, sob condição de anonimato.

Biden disse que não desistirá de enfrentar Trump para ser reeleito. Em meio a essa pressão crescente, Biden afirmou em um comício na Carolina do Norte que não pensa em desistir e que está comprometido com a campanha de reeleição. "Eu sei como fazer este trabalho. Eu sei como fazer as coisas", declarou o presidente, tentando tranquilizar seus apoiadores.

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