Como foram os últimos passos do montanhista brasileiro que morreu no Peru
Colaboração para o UOL
08/07/2024 16h01Atualizada em 09/07/2024 10h17
O montanhista brasileiro Marcelo Motta Delvaux caiu em um buraco enquanto escalava o Nevado Coropuna, no Peru, e não sobreviveu.
Natural de Juiz de Fora, Minas Gerais, Delvaux era montanhista há quase 25 anos. Ele já escalou mais de 150 montanhas nos Andes e Himalia, e essa não era a primeira vez em que esteve na montanha peruana.
Como foram os últimos passos do montanhista brasileiro?
Segundo site Alta Montanha, Delvaux tinha um aparelho de GPS Garmin com rastreamento. Esse dispositivo pode enviar e receber mensagens, além de ter um botão de emergência. Com acesso a esses dados, o portal detalhou o passo a passo do montanhista.
Brasileiro chegou ao Nevado Coropuna, a quarta montanha mais alta do Peru, no dia 25 de junho. Ele iniciou a trilha às 13h52 e, após cerca de quatro horas de caminhada, estabeleceu um acampamento a 4.880 metros de altitude.
Delvaux permaneceu no mesmo local por mais dois dias. Ele possivelmente esperava uma melhora nas condições do tempo.
No dia 28, ele tentou chegar ao cume da montanha. Mas alcançou apenas a altitude de 6.300 metros. Depois disso, voltou para o acampamento.
A segunda tentativa de ascensão aconteceu no dia 30. Neste dia, o montanhista saiu do acampamento às 3h da manhã e chegou ao cume próximo das 15h.
Delvaux ficou pouco tempo no cume do Coropuna. Cerca de 30 minutos depois, já estava 100 metros abaixo na montanha. Então, seu sinal ficou estagnado e não se moveu mais. O brasileiro não apertou o botão de emergência nem enviou mensagem pedindo ajuda.
Buscas começaram no dia 4 de julho. Após dois dias com o sinal no mesmo local, a polícia foi acionada pela namorada do montanhista, Julieta Ferreri. As buscas começaram na manhã do dia 4 de julho e foram encerradas neste domingo (7).
Equipe de resgate encontrou bastões de Delvaux fincados na neve. Eles estavam ao lado de uma greta aberta, que equipe encontrou após seguir o sinal do GPS. Havia sinais de que ele caiu no buraco, segundo relato feito pelo guia de montanha Pedro Hauck, amigo de Marcelo, também ao site Alta Montanha.
Greta era muito profunda e resgate não conseguiu ver o brasileiro. Também não foi possível descer porque a borda estava repleta de neve em pó instável, o que impede a fixação do equipamento de ancoragem.