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Biden diz que é preciso 'baixar a temperatura' após atentado contra Trump

Do UOL, em São Paulo

14/07/2024 21h14Atualizada em 14/07/2024 22h11

O presidente dos EUA, Joe Biden, fez um novo pronunciamento na noite deste domingo (14) em que disse que é preciso "baixar a temperatura" da política no país. A declaração foi feita um dia após o ex-presidente republicano Donald Trump sofrer um atentado.

O que aconteceu

Biden fez o discurso direto do Salão Oval, gabinete presidencial dos EUA. "Quero falar com vocês hoje à noite sobre a necessidade de baixarmos a temperatura em nossa política e lembrar que, quando discordamos, não somos inimigos, somos vizinhos, somos amigos, colegas de trabalho, cidadãos e, mais importante, somos companheiros americanos. Devemos permanecer juntos".

Presidente também disse que é necessário "dar um passo para trás". "O tiroteio de ontem no comício de Donald Trump, na Pensilvânia, pede a todos nós que devemos dar um passo para trás, façamos um balanço de onde estamos e como seguiremos em frente a partir daqui".

Democrata citou ataques anteriores, como a invasão ao congresso dos EUA em 6 de janeiro de 2021. "Não há lugar na América para esse tipo de violência. Qualquer violência. Ponto final. Sem exceções. Não podemos permitir que essa violência seja normalizada".

Biden também disse que deve ser criticado durante a Convenção Nacional Republicana. O evento que acontece esta semana em Milwaukee. Ele declarou que viajará em defesa da democracia. "Continuarei a falar fortemente por nossa democracia, a defender nossa Constituição e o estado de direito, a pedir ação nas urnas, sem violência em nossas ruas. É assim que a democracia deve funcionar".

Presidente ainda pediu para os americanos saírem de suas "bolhas". "Precisamos sair de nossas bolhas, onde só ouvimos aqueles com quem concordamos, e onde a desinformação é desenfreada, onde atores externos atiçam as chamas de nossa divisão para moldar os resultados consistentes com seus interesses, não os nossos".

O democrata afirmou que a política "não pode ser um campo de matança". "A discordância é inevitável e a democracia americana faz parte da natureza humana, mas a política nunca deve ser um campo de batalha literal ou, Deus nos livre, um campo de matança".

Investigação

O FBI dia que atentado está sendo investigado como um possível ato de terrorismo doméstico. A agência federal define terrorismo doméstico como atos dentro dos EUA que têm a intenção de intimidar, coagir civis ou influenciar políticas governamentais, segundo a agência de notícias Associated Press.

Caso já vinha sendo tratado como tentativa de homicídio. Na madrugada, o FBI já havia informado que o atentado, ocorrido no sábado, está sendo investigado como tentativa de assassinato.

Atirador foi identificado. Thomas Matthew Crooks, 20, foi identificado pelo FBI como o atirador. Ele era de Bethel Park, Pensilvânia, a cerca de 64 km do local do comício. Crooks tinha material explosivo dentro do carro e em casa, segundo informações do canal de notícias CNN.

FBI suspeita que jovem tenha agido sozinho. Ainda não foi encontrado nenhum indicativo de que outra pessoa teria atuado no atentado.

Quem era o atirador

Formado há dois anos. Crooks se formou na Escola Secundária Bethel Park em 2022, de acordo com relatos da imprensa local e um vídeo da cerimônia de formatura da escola visto pela CNN.

Ele estava registrado como eleitor republicano. A informação consta em um banco de dados de eleitores da Pensilvânia, onde a polícia encontrou seu nome, idade e endereço, segundo a emissora americana CNN. Isso não significa, contudo, que Crooks era necessariamente eleitor de Trump, uma vez que ser registrado em um partido específico nos EUA não te obriga a votar no candidato que o representa.

Thomas Matthew Crooks, 20, foi identificado pelo FBI como o atirador Imagem: HANDOUT / AFP

Jovem não levava documento quando foi morto pelo Serviço Secreto. O FBI precisou analisar seu DNA para obter a confirmação de sua identidade, explicou Kevin Rojek, agente especial encarregado do escritório de Pittsburgh. Os detalhes foram repassados durante uma entrevista coletiva, ainda na noite de ontem.

Bombeiro de 50 anos morreu no ataque

A pessoa morta durante o atentado contra Donald Trump foi identificada como Corey Comperatore, de 50 anos.

Nome da vítima foi confirmada pelo governador da Pensilvânia. Josh Shapiro disse ter conversado com a esposa e as duas filhas de Corey, a quem descreveu como um "apoiador fervoroso" de Trump. Segundo o governador, o bombeiro de 50 anos estava animado por estar no comício.

Corey morreu como um 'herói', tentando proteger sua família. Segundo contou a esposa de Corey ao governador, o bombeiro foi atingido quando se jogou sobre sua família para impedir levassem um tiro. "Todos os líderes precisam baixar a temperatura, abandonar o discurso de ódio que existe e buscar um futuro melhor e mais brilhante para esta nação", completou Shapiro.

Corey Comperatore, de 50 anos, morto durante ataque em comício de Donald Trump, em Butler, Pensilvânia Imagem: Reprodução redes sociais

Uma página criada para arrecadar dinheiro para a família de Comperatore já havia recebido cerca de 280 mil dólares (R$ 1,5 milhão) no início da noite.

Feridos também foram identificados. A Polícia da Pensilvânia divulgou os nomes dos dois homens que foram atingidos e sobreviveram. São eles: David Dutch, 57, e James Copenhaver, 74. As vítimas são de New Kensington e de Moon Township, respectivamente, cidades da Pensilvânia.

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