Sem tomada e máquina de cartão: brasileiro conta perrengue após apagão
O publicitário Arthur Pinto da Silva, 30, teve uma surpresa ao chegar para o seu voo no aeroporto de Berlim, na Alemanha, hoje (19) pela manhã. Ele se deparou com portões fechados e polícia armada.
"Tinham alguns policiais fechando a entrada do terminal, muitas pessoas estavam para fora e ninguém dava informação", conta. Arthur não sabia do apagão online até aquele momento. "Passados uns 20 minutos, funcionários vieram até a porta dizer que os voos tinham sido cancelados, que tínhamos que voltar para casa", contou ao UOL.
Ele e seu amigo, o professor Thiago Fonseca, 29, precisavam embarcar para Roma, de onde eles teriam um voo que retornaria para o Brasil. O brasileiro conseguiu encontrar um funcionário do aeroporto para entender o problema. Foi só naquele momento que soube do apagão e que tudo tinha sido afetado: sistemas das companhias, bancos e até a torre de controle.
Expliquei que eu não tinha casa para voltar em Berlim. Falaram para eu esperar lá para tentar ser remanejado para outro voo. Quando saímos do hotel, eu chequei se tudo estava confirmado, e estava. O problema aconteceu enquanto estávamos no metrô, Arthur Pinto da Silva
Segundo Silva, quem já tinha feito o check-in ou que não tinha malas para despachar poderia seguir viagem. Passadas 5 horas, fez-se uma fila no guichê da companhia aérea em busca de remarcações.
Ficamos 3 horas nessa fila para nos falarem que não pagariam hospedagem e que o próximo voo disponível para nós seria na terça-feira, o que faria com que perdêssemos nossa conexão para o Brasil.
Para pedir reembolso, a companhia aérea informou apenas um link e se negou a dar qualquer documento que confirmasse o cancelamento da viagem.
Sem comida e nem tomada
Por conta dos cancelamentos, Silva afirma que o aeroporto estava lotado. Somado ao apagão online, os problemas se multiplicaram. "Uns americanos nos falaram que o cartão deles não estava passando. O aeroporto tem poucas tomadas. Então tinham filas para recarregar o celular", diz o publicitário.
Até a alimentação no local ficou prejudicada. "Os fast foods ficaram sem alguns itens do cardápio e filas enormes se formavam com aqueles que queriam comer algo". Ele e o amigo só conseguiram se alimentar às 16h.
Quem deu suporte foi a equipe do aeroporto, e não das companhias aéreas. "Os funcionários trouxeram alguns chocolates e água depois de umas duas horas de caos para as pessoas pegarem".
O jovem conta que a uma certa altura foi difícil controlar o desespero. "Bateu a preocupação um pouco, sim. Não sabíamos se teríamos um voo, se havia disponibilidade de outro transporte. Nem sabíamos se o problema era só na Alemanha. Durante a manhã começaram a chegar notícias de que supermercados estavam fechados".
Silva e Fonseca conseguiram um outro voo, amanhã (20) de manhã, saindo de outra cidade, Munique. "Estamos indo pegar um trem até lá, que custou 150 euros (R$ 913), e tivemos que gastar um extra de 400 euros (R$ 2.435) pela remarcação das passagens. Foi a opção mais viável. Na hora, aumentamos o limite do cartão para poder bancar".