Venezuela: quais países vão mandar representantes para as eleições
Entre confirmações, desentendimentos e cancelamentos, a um dia das eleições venezuelanas, observadores internacionais se preparam para o pleito no país sul-americano. O governo de Nicolás Maduro afirma que mais de 600 autoridades do exterior vão acompanhar a votação — incluindo representantes Brasil, Estados Unidos, China e Rússia.
O que aconteceu
A um dia do embate presidencial na Venezuela, o país acumula desentendimentos internacionais. Para a observação diplomática, muitos países foram barrados, e até a União Europeia foi desconvidada de acompanhar a eleição.
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O pleito pode marcar a reeleição do presidente Nicolás Maduro ou a chegada ao poder de Edmundo González Urrutia. O embaixador ganhou força após a desidratação do atual presidente, que já não conta com a mesma popularidade de Hugo Chávez, que o antecedeu. Além das opções prováveis, outros oito candidatos almejam a Presidência da Venezuela. Aproximadamente 21 milhões de venezuelanos devem ir às urnas.
Ministro diz que sistema eleitoral venezuelano é transparente. Em meio a desconfianças internacionais e pronunciamentos contundentes de Nicolas Maduro, afirmando que pode acontecer "banho de sangue" caso não seja eleito, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, disse em pronunciamento que o "sistema eleitoral foi construído para garantir maior transparência possível".
Problema diplomáticos
Na sexta-feira (26), um avião saindo do Panamá com ex-lideranças de vários países foi impedido de voar à Venezuela. O grupo com representantes do próprio Panamá, além do México, Bolívia e Costa Rica, disse que foi orientado a desembarcar, pois não tinha a permissão para partir. Maduro havia fechado as fronteiras da Venezuela poucas horas antes, às vésperas das eleições.
Celso Amorim vai representar o Brasil. O assessor especial da Presidência viajou para a Venezuela após um impasse diplomático provocado por declarações de Maduro sobre o sistema eleitoral brasileiro. O Tribunal Superior Eleitoral chegou a cancelar a visita de técnicos nacionais ao país vizinho, mas Lula incentivou a presença de observadores em território venezuelano.
Diante das falsas declarações contra as urnas eletrônicas brasileiras, que, ao contrário do que afirmam as autoridades venezuelanas, são auditáveis e seguras, o Tribunal Superior Eleitoral não enviará técnicos.
TSE, em nota
Histórico parceiro chavista, Alberto Fernández, ex-presidente argentino, não estará na Venezuela para as eleições. Após declarações de Fernandez a uma rádio onde defendeu "respeito ao processo democrático" no país e assinalou que Maduro deve aceitar o resultado em caso de derrota nas eleições, o ex-chefe do executivo argentino foi desconvidado.
Colômbia também foi alvo de comentários sobre seu processo eleitoral. O ministro das Relações Exteriores do país, Luis Gilberto Murillo, por sua vez, indicou que a democracia deve ser respeitada e deu como incerto o resultado no país vizinho. O chanceler alegou problemas na agenda oficial colombiana para não enviar observador para a eleição venezuelana.
Há dois meses, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela barrou a União Europeia. Rotulando o bloco como "desrespeitoso" com o país, o órgão eleitoral retirou o convite para observadores do grupo.
Os EUA estarão representados nas eleições venezuelanas pelo Carter Center. A organização sem fins lucrativos foi fundada em 1982 pelo ex-presidente estadunidense Jimmy Carter e descreve como missão a promoção da paz e dos direitos humanos.
Entre as organizações convidadas pela Venezuela para acompanhar o pleito estão: Celac (Comunidade de Estados e do Caribe), Caricom (Comunidade do Caribe), Uniorec (União Interamericana de Organizações Eleitorais) e União Africana.
Presença de observadores internacionais visa legitimar o processo eleitoral. Historicamente, nações do mundo se prontificam a acompanhar eleições para tentar garantir transparência e prevenir fraudes nas eleições, além de promover relações diplomáticas e tentar repreender possíveis represálias de candidatos derrotados.
Quem estará e quem vai se ausentar nas eleições venezuelanas? Há a confirmação de países historicamente aliados da Venezuela, além de organizações em que o país sul-americano integra:
- Bolívia
- Chile
- China
- EUA
- Filipinas
- Índia
- Iraque
- Líbano
- Malásia
- Mali
- Panamá
- República Dominicana
- Rússia
- Suíça
- Turquia
Países e organizações sem a confirmação de observadores na Venezuela:
- Argentina
- Colômbia
- OEA (Organização dos Estados Americanos)
- União Europeia