Venezuela desconvida Alberto Fernandez de acompanhar eleição após críticas
O ex-presidente da Argentina Alberto Fernández confirmou que o governo da Venezuela, por meio do Conselho Nacional Eleitoral, retirou o convite para que ele servisse como observador na eleição presidencial do país.
O que aconteceu
Cancelamento da viagem ocorreu após Fernández afirmar que Maduro deveria deixar o poder caso perdesse o pleito. "O governo nacional venezuelano me transmitiu sua vontade de que eu não viajasse e desistisse de cumprir com a tarefa que me havia sido encomendada pelo Conselho Nacional Eleitoral", publicou o ex-presidente argentino em seu perfil na rede social X.
O ex-mandatário peronista afirmou que o governo da Venezuela explicou que declaração trouxe dúvidas sobre sua imparcialidade. "A razão que me foi dada é que, a juízo daquele governo, declarações públicas realizadas por mim a um veículo nacional causavam incômodo e geravam dúvidas sobre minha imparcialidade. Entenderam que a coincidência com o que havia expressado um dia antes o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, gerava uma espécie de desestabilização do processo eleitoral", acrescentou.
Diante dessa demanda insólita, achei conveniente não viajar e não dar motivo para ser acusado de querer atrapalhar uma jornada eleitoral transcendental, quando apenas tentava cumprir com a tarefa própria de um observador eleitoral.
Alberto Fernández
Como puede verse en la nota que se muestra, el Consejo Nacional Electoral de la República Bolivariana de Venezuela me convocó a participar como veedor de la elección que se celebrará en ese país el próximo domingo.
-- Alberto Fernández (@alferdez) July 24, 2024
En el día de ayer, el gobierno nacional venezolano me transmitió? pic.twitter.com/MAVkjCwJIS
Fernandez pediu que Maduro aceite o resultado das eleições
Fernandez havia pedido que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, aceite os resultados das eleições. "Se for derrotado, o que deve fazer é aceitar, como disse Lula: quem ganha, ganha, e quem perde, perde", declarou à emissora Radio Con Vos.
As eleições na Venezuela serão realizadas no próximo domingo (28). Maduro, candidato do chavismo governante, terá como principal rival Edmundo González Urrutia. O opositor de Maduro conta com o apoio da líder opositora María Corina Machado, favorita nas pesquisas, mas inabilitada politicamente por um órgão governamental para exercer cargos públicos.
O presidente Lula (PT) também se manifestou sobre declarações recentes de Maduro. O presidente venezuelano afirmou que o país pode enfrentar um "banho de sangue" caso não vença as eleições.
"Quem perde as eleições toma um banho de voto, não de sangue", afirmou Lula sobre seu aliado. "O Maduro tem que aprender, quando você ganha, você fica, quando você perde, você vai embora. Vai embora e se prepara para disputar outra eleição", frisou.
Sem citar Lula, Maduro retrucou a declaração do presidente brasileiro. "Que tome um chá de camomila", afirmou na terça-feira (23), ao citar "aqueles que se assustaram" com suas declarações. Sobre o "banho de sangue", ele acrescentou que não foi uma reflexão e que não mentiu.
Com AFP
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