Argentina repudia pedido de prisão contra opositor na Venezuela: 'Ditadura'
Do UOL, em São Paulo, e colunista do UOL, em Nova York
02/09/2024 21h13Atualizada em 02/09/2024 21h36
O governo da Argentina divulgou um comunicado nesta segunda-feira (2) em que critica o pedido de prisão contra Edmundo González, candidato da oposição a Nicolás Maduro na disputa pela Presidência da Venezuela. A Justiça venezuelana acatou ao pedido do Ministério Público.
O que aconteceu
O Ministério das Relações Exteriores argentino disse que a oposição venezuelana é vítima de "perseguição". "O regime pretende cercear a luta pela democracia e pela liberdade, perseguindo os líderes da oposição, que são vítimas de uma perseguição política implacável".
O governo Javier Milei também faz um alerta à comunidade internacional. O texto cita a "radicalização do regime" e diz que não ficará "indiferente às ações infames da ditadura de Maduro".
Já a líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, se manifestou nas redes sociais. "Eles perderam toda a noção da realidade. Ao ameaçar o presidente eleito, apenas conseguem nos unir mais e aumentar o apoio dos venezuelanos e do mundo a Edmundo González".
O pedido de prisão foi feito pela Procuradoria-Geral em Caracas. O documento que solicita a prisão, obtido pelo UOL, fala em crimes de conspiração e sabotagem ao sistema.
A manifestação do MP venezuelano ocorre depois que o opositor faltou à terceira convocação da Justiça. Ele responderia por usurpação de funções, falsificação de documento público, instigação à desobediência às leis, associação para cometer um crime e conspiração.
A investigação também mira o site lançado pela oposição com as supostas atas da eleição, nunca divulgadas oficialmente pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral). O portal mantido pelos oposicionistas mostra que González venceu a eleição.