Hamas diz que reféns vão 'voltar em caixões' se Israel mantiver pressão

O Hamas advertiu que irá matar reféns sob custódia deles na Faixa de Gaza caso o governo israelense continue tentando libertá-los por meio de pressão militar.

O que aconteceu

Hamas diz que reféns vão voltar "em caixões" caso Israel não feche acordo. Grupo compartilhou um comunicado das brigadas Ezzedine al-Qassam no Telegram, e disse que "novas instruções foram dadas" aos guardas dos reféns caso soldados israelenses se aproximem do local de detenção.

"A insistência de [Benjamin] Netanyahu em libertar os prisioneiros através da pressão militar em vez de concluir um acordo significa que eles retornarão para suas famílias em caixões", declarou Abu Ubaida, porta-voz do braço militar do Hamas nas Brigadas Al-Qassam.

Grupo diz que premiê é responsável por vida e segurança dos reféns. "O criminoso Netanyahu é responsável pelas vidas e segurança dos prisioneiros detidos pela resistência e, apesar da preocupação do movimento pela sua segurança e bom tratamento, continua a insistir em matá-los e a ignorar as suas condições", diz o texto.

Todos os prisioneiros detidos pela resistência podem regressar imediatamente às suas famílias. Aquele que está atrasando o seu regresso e o responsável pelas suas vidas é [Benjamin] Netanyahu. Cada atraso na sua aprovação e compromisso com o que foi alcançado significa colocar as vidas de mais prisioneiros em risco.
Comunicado do Hamas

Biden disse que Netanyahu não fez o suficiente para libertar reféns do Hamas. Repórter questionou a Biden se ele considera que o premiê de Israel "está fazendo o suficiente" para fechar acordo que liberte os reféns e restabeleça a paz. Presidente norte-americano respondeu à pergunta com apenas um "não". Entretanto, Biden salientou que mantém "esperanças" por um acordo entre os dois lados do conflito. "A esperança é eterna", destacou o democrata.

Netanyahu pede perdão a famílias de reféns

Primeiro-ministro pediu perdão por não ter salvado os seis reféns israelenses mortos em Gaza. Benjamin Netanyahu disse que o grupo extremista Hamas "pagará um preço muito alto". "Peço perdão por não os trazer vivos. Estivemos perto, mas não conseguimos", declarou Netanyahu em entrevista coletiva nesta segunda-feira (2).

Executados com tiro na nuca. O primeiro-ministro descreveu como os reféns teriam sido mortos. Os corpos foram encontrados em um túnel na Faixa de Gaza.

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"Quem assassina reféns não quer acordo". No domingo (1º), Netanyahu afirmou que Israel não descansará até capturar os responsáveis pela morte dos seis reféns e, em nota, afirmou que o país está se empenhando por um acordo para libertar os restantes e garantir a segurança de Israel. "Quem quer que assassine reféns, não quer um acordo", disse.

Corpos resgatados em Gaza

Na fileira de cima, da esquerda para a direita: Almog Sarusi, Alexander Lobanov, Carmel Gat. Na fileira de baixo, da esquerda para a direita: Hersh Goldberg-Polin, Eden Yerushalmi e Ori Danino
Na fileira de cima, da esquerda para a direita: Almog Sarusi, Alexander Lobanov, Carmel Gat. Na fileira de baixo, da esquerda para a direita: Hersh Goldberg-Polin, Eden Yerushalmi e Ori Danino Imagem: Hostages Families Forum Headquarters / AFP

Jovem americano-israelense que se tornou um dos reféns mais famosos do Hamas estava entre os mortos. Hersh Goldberg-Polin, de 24 anos, nasceu na Califórnia. A família confirmou a morte em uma mensagem no Facebook, e o presidente dos EUA, Joe Biden, enviou suas condolências em um comunicado.

Quatro homens e duas mulheres. As outras vítimas, além de Hersh Goldberg-Polin, são Carmel Gat, Eden Yerushalmi, Alexander Lobanov, Almog Sarusi e Ori Danino. Corpos foram recuperados de um túnel subterrâneo na área de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.

Cerca de 700 mil manifestantes foram às ruas de Tel Aviv e outras cidades israelenses em protesto. Houve confronto com a polícia e pelo menos 29 pessoas foram detidas.

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Manifestação pedia acordo para libertação de reféns. Muitos seguravam bandeiras israelenses e cartazes com imagens dos reféns mantidos em Gaza. Outros pediam o cessar-fogo. Parte deles culpa o fracasso do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em garantir um acordo para interromper os conflitos e trazer seus entes queridos de volta para casa.

Um acordo para o retorno dos reféns está sendo discutido há mais de dois meses. Se não fosse por atrasos, sabotagem e desculpas, aqueles cujas mortes soubemos esta manhã provavelmente ainda estariam vivos.
Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas, organização que representa os familiares dos sequestrados

Caiu para 97 o número de pessoas ainda mantidas em cativeiro. Ao todo, 251 foram sequestradas em 7 de outubro, e pelo menos 33 estão confirmadas como mortas.

Com informações de AFP e Reuters

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