Autonomia pra cruzar Atlântico: como é avião de Maduro apreendido pelos EUA
Do UOL, em São Paulo
03/09/2024 08h51
O avião presidencial venezuelano apreendido pelos Estados Unidos na República Dominicana custou 13 milhões de dólares (R$ 73 milhões na cotação atual), segundo o governo dos EUA, e tem capacidade para 12 pessoas.
Como é a aeronave
A aeronave do modelo Dessault Falcon 900EX foi apreendida nesta segunda-feira (2) e levada para a Flórida. Segundo comunicado dos Estados Unidos, a aeronave foi adquirida ilegalmente e contrabandeada.
O avião é fabricado exclusivamente para o mercado corporativo. As aeronaves da empresa Dessault Falcon foram produzidas entre 1995 e 2003. Uma versão mais recente, a 900LX, tem alterações no design interno.
Capacidade para até 12 passageiros. Segundo a fabricante, o interior da aeronave tem bancos de couro, cozinha equipada com forno e máquina de café, além de um sistema de entretenimento.
A aeronave pode atingir a velocidade de 800 km/h. Além disso, tem autonomia (capacidade de voar sem precisar parar para abastecimento) de até 8.000 quilômetros, o suficiente para cruzar o Oceano Atlântico.
O valor de compra do avião é estimado em R$ 57 milhões. Os dados são da GuardianJet, que faz consultoria de aeronaves.
Site rastreou avião
Portal de rastreamento mostrou o percurso do avião. O Flight Radar 24 identificou a aeronave saindo de Santo Domingo para Fort Lauderdale na manhã desta segunda-feira (2).
Apreensão em meio à tensão por eleição. A apreensão da aeronave ocorre em um momento em que os EUA e grande parte da comunidade internacional se opuseram à decisão do Supremo Tribunal da Venezuela de validar a reeleição de Maduro. A oposição alega ter vencido o pleito, ocorrido no final de julho.
Consequências da "má governança". Porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca disse nesta segunda-feira (2) que a apreensão foi "um passo importante para garantir que Maduro continue a sofrer as consequências de sua má governança".
Sanções de Washington
Em agosto de 2019, os EUA proibiram transações com pessoas que tenham "direta ou indiretamente agido para ou em nome do governo da Venezuela". Ordem, emitida sob a presidência do republicano Donald Trump, valia para qualquer pessoa dos Estados Unidos.
Desde 2005, Washington impõe sanções a indivíduos e entidades na Venezuela. Proibições são para aqueles "que se envolveram em ações criminosas, antidemocráticas ou corruptas", segundo um documento do Congresso americano. "Em resposta aos crescentes abusos dos direitos humanos e à corrupção do governo de Nicolás Maduro, no poder desde 2013, a Administração Trump expandiu as sanções americanas para incluir outras sanções financeiras, sanções por setores e ao governo", segundo a mesma fonte.
*Com informações de reportagem do UOL.