Imagem inédita mostra como ficou submersível Titan após implosão no mar
Do UOL, em São Paulo
17/09/2024 07h56Atualizada em 17/09/2024 19h47
Uma imagem inédita da Guarda Costeira dos EUA mostra a carcaça do submersível Titan no fundo do mar. O veículo da OceanGate desapareceu em 18 de junho de 2023 durante expedição até os destroços do Titanic.
O que aconteceu
Cauda do submersível ficou parcialmente preservada. A carcaça e outras partes do Titan foram localizadas quatro dias após o incidente, em 22 de junho de 2023, por um veículo operado remotamente pelas equipes de busca.
"Essa descoberta levou à conclusão definitiva da perda catastrófica do submersível Titan e à morte de todos os cinco tripulantes a bordo", diz trecho do relatório da investigação. Os destroços do Titan estavam a 3,2 km de profundidade e a cerca de 480 metros do Titanic.
Um piloto e quatro passageiros faziam parte da expedição. São eles: Stockton Rush, presidente da OceanGate; o bilionário Hamish Harding; Shahzada e Suleman Dawood, um empresário paquistanês e seu filho; e Paul-Henry Nargeolet, ex-comandante da Marinha Francesa e considerado um dos maiores especialistas do naufrágio do Titanic.
As audiências sobre a implosão do Titan devem acabar em duas semanas e determinar a dimensão de uma eventual negligência. Depois, a Guarda Costeira americana envia o relatório final e recomendações para o governo dos EUA. Se algum crime for identificado, o caso será encaminhado ao Departamento de Justiça.
Especialistas já apontam fatores que podem ter levado à implosão. Entre eles, de acordo com a NBC News, estão o fato de que o submersível foi feito com materiais experimentais, como fibra de carbono, que ainda não foi testada em profundidades extremas. Já se sabe que o veículo implodiu por causa da pressão da água.
Tripulação falou em última mensagem que estava 'tudo bem'
Pouco antes do acidente, quando a embarcação já estava a quase 2.500 metros de profundidade, um dos ocupantes disse estar "tudo bem aqui". As mensagens foram divulgadas pela Guarda Costeira.
Titan e navio Polar Prince trocaram mensagens durante a submersão. A maioria dos textos usa códigos, como "a", que significa "recebi sua última mensagem", e "aa" (abreviação informal do código Morse para "fim da linha"). As duas partes também utilizaram a letra "k" para confirmar que os respectivos sistemas de comunicação estavam funcionando normalmente.
Submersível chegou a ficar 15 minutos sem responder. Às 9h53, o Polar Prince enviou a primeira mensagem perguntando se o Titan conseguia localizá-lo em seu sistema de comunicação. Sem resposta, o navio repetiu a pergunta diversas vezes. O retorno do Titan — "k" — só veio 15 minutos depois, às 10h08.
Polar Prince cobrou retornos melhores do Titan. O submersível, então, justificou a demora na resposta dizendo que havia "perdido" o sistema e as configurações do chat com o navio de apoio. Depois, PH — que, acredita-se, era Paul-Henry Nargeolet, considerado um dos maiores especialistas do naufrágio do Titanic — escreveu: "Está tudo bem aqui".
Última mensagem foi enviada pelo Titan às 10h47. A embarcação avisou ao Polar Prince que havia jogado fora dois pesos de queda — uma prática adotada em submersíveis para torná-los mais leves e, assim, ajudar no controle da flutuabilidade e no processo de descida e subida, por exemplo. Naquele momento, o Titan estava a uma profundidade de pouco mais de 3.300 metros.