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Quem é Ibrahim Aqil, comandante do Hezbollah morto em ataque de Israel

Do UOL, em São Paulo

20/09/2024 14h21

O comandante de operações do Hezbollah, Ibrahim Aqil, foi morto em um bombardeio em Beirute lançado pelo Exército de Israel nesta sexta-feira (20). A morte foi confirmada pelas Forças de Defesa de Israel e pelas agências de notícias AFP e Reuters.

O que aconteceu

Ibrahim Aqil era comandante da força al-Radwan, a unidade de elite do movimento xiita libanês Hezbollah. Ele havia deixado o hospital após ter se ferido nas explosões de pagers na última terça-feira (17), segundo a agência de notícias alemã DPA.

Aqil era o chefe das operações especiais do Hezbollah. Ele era um dos comandantes militares mais graduados da organização, segundo a CNN.

O comandante tinha 62 anos e atuava no grupo militante há pelo menos 40 anos. Aqil, também conhecido como Tashin, foi determinante para a atuação do Hezbollah durante a guerra na Síria, em 2011, de acordo com informações do Washington Institute.

O homem era procurado pelos EUA. Em 2019, o Departamento de Estado dos Estados Unidos havia anunciado uma recompensa de até US$ 7 milhões (quase R$ 38,5 milhões) por informações sobre Aqil. Os EUA acusam Aqil de envolvimento no ataque à embaixada em 1983, que matou 63 pessoas.

Ibrahim Aqil, segundo os EUA, também estaria por trás do atentado do Hezbollah ao quartel da Marinha de Beirute. Ataque matou 241 funcionários dos EUA em outubro de 1983.

A Casa Branca afirmou que Israel não notificou os EUA antes do ataque em Beirute. O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, disse não ter conhecimento de qualquer esforço de Israel para notificar os Estados Unidos antes de realizar o ataque.

Kirby disse que os EUA recomendam aos cidadãos que evitem viajar para o Líbano. Ele alertou ainda que administração de Joe Biden não quer ver mais escalada na região.

Cartaz divulgado pelo Departamento de Estado dos EUA para o comandante da Força Radwan do Hezbollah, Ibrahim Aqil Imagem: AFP

Bombardeio em Beirute deixou ao menos 14 mortos

O Exército de Israel bombardeou Beirute nesta sexta-feira (20), com ataques direcionados para a periferia da capital libanesa, reduto do grupo Hezbollah. Ao menos 14 pessoas morreram e mais de 60 ficaram feridas, segundo o Ministério da Saúde do Líbano.

Israel afirmou que matou cerca de dez comandantes do Hezbollah em bombardeio no subúrbio de Beirute.

Pelo menos nove dos hospitalizados estão em estado crítico, segundo o governo libanês. O ataque israelense destruiu prédio inteiro no sul de Beirute. Testemunhas ouvidas pela Reuters ouviram barulho de jato sobre a cidade na hora do ataque, e uma nuvem de fumaça pôde ser vista subindo da região.

As Forças Armadas israelenses visavam uma figura importante do Hezbollah. "O Exército israelense realizou um ataque direcionado em Beirute", afirma um comunicado militar, sem especificar o tipo de ataque ou os meios utilizados. "No momento, não há nenhuma mudança nas diretrizes (...) do Comando da Frente Interna", acrescentou o Exército.

Imagens da área-alvo transmitidas pela Al Jadeed do Líbano mostraram carros queimados e uma rua coberta de escombros. A TV al-Manar do Hezbollah informou que os subúrbios do sul, conhecidos como Dahiyeh, foram submetidos a um ato de agressão.

Pessoas verificam os danos após um ataque israelense nos subúrbios ao sul de Beirute em 20 de setembro de 2024. Imagem: -/AFP

O grupo libanês afirmou que seus combatentes dispararam um míssil guiado contra tropas em Metula. A cidade israelense está localizada na fronteira dos países e é frequentemente alvo da facção ao longo do último ano. De acordo com a imprensa local, ao menos 150 foguetes foram disparados contra o norte de Israel.

O conflito entre Israel e o Hezbollah se intensificou significativamente esta semana. O grupo xiita sofreu um ataque sem precedentes no qual pagers e walkie-talkies usados por seus membros explodiram, matando 37 pessoas e ferindo milhares. Na quinta-feira (19) à noite, os militares israelenses realizaram seus ataques aéreos mais intensos no sul do Líbano desde que o conflito eclodiu há quase um ano.

Com AFP e Reuters

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