Israel bombardeia Beirute; ataque deixa ao menos 14 pessoas mortas

O Exército de Israel bombardeou Beirute nesta sexta-feira (20), com ataques direcionados para a periferia da capital libanesa, reduto do grupo Hezbollah. Ao menos 14 pessoas morreram e mais de 60 ficaram feridas, segundo o Ministério da Saúde do Líbano.

O que aconteceu

Pelo menos nove dos hospitalizados estão em estado crítico, segundo o governo libanês. O ataque israelense destruiu prédio inteiro no sul de Beirute. Testemunhas ouvidas pela Reuters ouviram barulho de jato sobre a cidade na hora do ataque, e uma nuvem de fumaça pôde ser vista subindo da região.

As Forças Armadas israelenses visavam uma figura importante do Hezbollah. "O Exército israelense realizou um ataque direcionado em Beirute", afirma um comunicado militar, sem especificar o tipo de ataque ou os meios utilizados. "No momento, não há nenhuma mudança nas diretrizes (...) do Comando da Frente Interna", acrescentou o Exército.

O ataque ocorreu perto de instalações importantes do Hezbollah, segundo as fontes de segurança no Líbano. O alvo era o comandante de operações do Hezbollah Ibrahim Aqil, que morreu, disseram duas fontes de segurança. Membros da unidade de elite Radwan, do Hezbollah, também foram mortos.

Cartaz divulgado pelo Departamento de Estado dos EUA para o comandante da Força Radwan do Hezbollah, Ibrahim Aqil
Cartaz divulgado pelo Departamento de Estado dos EUA para o comandante da Força Radwan do Hezbollah, Ibrahim Aqil Imagem: AFP

Aqil é o chefe das operações especiais do Hezbollah e um dos comandantes militares mais graduados da organização, segundo a CNN. O Departamento de Estado dos Estados Unidos havia anunciado uma recompensa de até US$ 7 milhões por informações sobre Aqil. Os EUA acusam Aqil de envolvimento no ataque à embaixada em 1983, que matou 63 pessoas. Além disso, o líder também estaria envolvido no atentado do Hezbollah ao quartel da Marinha de Beirute, que matou 241 funcionários dos EUA em 1983.

Imagens da área-alvo transmitidas pela Al Jadeed do Líbano mostraram carros queimados e uma rua coberta de escombros. A TV al-Manar do Hezbollah informou que os subúrbios do sul, conhecidos como Dahiyeh, foram submetidos a um ato de agressão.

Pessoas verificam os danos após um ataque israelense nos subúrbios ao sul de Beirute em 20 de setembro de 2024.
Pessoas verificam os danos após um ataque israelense nos subúrbios ao sul de Beirute em 20 de setembro de 2024. Imagem: -/AFP

O grupo libanês afirmou que seus combatentes dispararam um míssil guiado contra tropas em Metula. A cidade israelense está localizada na fronteira dos países e é frequentemente alvo da facção ao longo do último ano. De acordo com a imprensa local, ao menos 150 foguetes foram disparados contra o norte de Israel.

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O conflito entre Israel e o Hezbollah se intensificou significativamente esta semana. O grupo xiita sofreu um ataque sem precedentes no qual pagers e walkie-talkies usados por seus membros explodiram, matando 37 pessoas e ferindo milhares. Na quinta-feira (19) à noite, os militares israelenses realizaram seus ataques aéreos mais intensos no sul do Líbano desde que o conflito eclodiu há quase um ano.

EUA negam envolvimento em ataque

A Casa Branca afirmou que Israel não notificou os EUA antes do ataque em Beirute. O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, disse não ter conhecimento de qualquer esforço de Israel para notificar os Estados Unidos antes de realizar o ataque.

Kirby disse que os EUA recomendam aos cidadãos que evitem viajar para o Líbano. Ele alertou ainda que administração de Joe Biden não quer ver mais escalada na região.

Vídeos divulgados pelo Exército de Israel mostram como ataques aéreos foram realizados.

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*Com Reuters

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