Mais 'eficaz e econômico', Israel planeja usar lasers para derrubar mísseis
Do UOL*, São Paulo
01/11/2024 11h51Atualizada em 01/11/2024 11h51
O Ministério da Defesa de Israel está investindo na expansão de um novo sistema a laser para interceptar mísseis inimigos.
O que aconteceu
A tecnologia é descrita como ''eficaz, rápida e econômica''. Além disso, é a promessa do país para o início de uma nova era na guerra contra o Hamas e o Hezbollah.
O equipamento antimíssil é um laser de alta potência chamado ''Iron Beam''. O governo israelense anunciou nesta segunda-feira (28) que assinou um acordo de US$ 536 milhões (mais de R$ 3 bilhões na cotação atual) com a Rafael Advanced Defense Systems e a Elbit Systems para a produção.
O sistema é terrestre e intercepta foguetes, bombas de morteiro, drones e mísseis de cruzeiro. Segundo a empresa de tecnologia Rafael, ele tem capacidade de neutralizar de forma ''rápida e eficaz uma ampla gama de ameaças aéreas de uma faixa de centenas de metros a vários quilômetros''.
O laser pode atingir o inimigo em um milionésimo de segundo. A arma tem potência de 100 quilowatts, o que reflete na força do feixe de luz. Da terra, o equipamento emite a faixa de laser, que aquece o projétil alvo no ar em áreas vulneráveis, incluindo seu motor, até que ele entre em colapso. Em antimísseis tradicionais, a ameaça iminente é identificada por um radar e um míssil interceptador é disparado para destruir o alvo no ar.
Nebulosidade, chuva ou fumaça podem atrapalhar funcionamento. Laser pode ser afetado e falhar em condições climáticas adversas, segundo o Instituto Nacional de Estudos de Segurança de Israel.
É importante ressaltar que o sistema laser projetado para proteção contra ameaças aéreas é uma camada adicional de proteção na defesa das Forças de Defesa de Israel e não garante proteção completa
Instituto Nacional de Estudos de Segurança israelense
Mais barato e complementar ao Domo de Ferro
Especialistas veem o Iron Beam como uma alternativa muito mais barata. Ele complementará o sistema Iron Dome, que derruba foguetes e mísseis disparados contra Israel usando mísseis guiados por radar para explodir ameaças de curto alcance.
O Domo de Ferro é o escudo antimísseis mais conhecido de Israel. Desde outubro de 2023, o equipamento interceptou milhares de foguetes disparos pelos Hamas e aliados. Considerado caro, ele é financiado pelo Congresso dos EUA, custando US$ 60 mil (cerca de R$ 300 mil) cada interceptador.
As armas de laser estão previstas para entrarem em operação a partir de 2025. Eyal Zamir, diretor-geral do Ministério da Defesa de Israel, disse que o acordo da Iron Beam "anuncia o início de uma nova era na guerra".